No segundo e último dia de visita a Cuba Marcelo visitou a fábrica da Cohiba. No final, prometeu fumar um charuto no dia em que Guterres prestar juramento na ONU.
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Não é o melhor cheiro que se pode desejar logo a seguir ao pequeno almoço. Mas é o que é e os programas das viagens oficiais têm destas coisas. O Presidente da República começou o último dia de visita a Cuba com uma visita à fábrica de charutos da Cohiba. Confessou que já foi fumador "há muitos anos" e que é capaz de voltar a fumar um charuto no dia em que António Guterres prestar juramento como novo Secretário Geral das Nações Unidas "que por acaso é também o meu dia de aniversário".
Os charutos e a fábrica que está repleta de fotografias de Fidel Castro, são o pretexto perfeito para puxar pelo encontro que Marcelo Rebelo de Sousa teve esta quarta-feira com o líder da revolução cubana. Uma hora de conversa que, segundo o Presidente tratou do "passado, presente e futuro.
Falámos muito sobre política internacional em geral, memórias do passado e estado das relações bilaterais entre Portugal e Cuba." Uma conversa onde Marcelo ouviu mais do que falou, ainda assim "muito abrangente e muito interessante. Trata-se de uma pessoa que por um lado acompanha tudo o que se passa e tem um estilo discursivo muito intenso."
Igualmente interessante foi a conversa com o irmão, Raúl Castro. "Era para durar 45 minutos, durou uma hora e meia", adianta Marcelo que saiu do palácio da revolução muito satisfeito "porque falámos de coisas muito concretas, dos projectos que as empresas portugueses têm para Cuba".
O segundo dia de visita teve ainda espaço para uma palestra na Universidade Havana, onde Marcelo elogiou António Guterres, deu Portugal como exemplo de modelo democrático, mas saltou a parte do discurso em que se refia ao multipartidarismo.
Encontro com Fidel
Entretanto, o Presidente da República afirmou hoje que no seu encontro de quarta-feira com Fidel Castro teve oportunidade de "colocar questões e ouvir a experiência" do líder histórico cubano, que "acompanha tudo o que se passa no dia-a-dia".
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o antigo Presidente e primeiro-ministro de Cuba "também é uma pessoa bem-disposta", e por isso os dois aparecem sorridentes na fotografia do encontro que foi divulgada.
"É natural que duas pessoas bem-dispostas em certas circunstâncias ou sorriam ou riam mesmo acerca de um comentário qualquer que foi feito, agora não me lembro em pormenor", declarou o chefe de Estado aos jornalistas, no final de uma visita à fábrica de charutos Cohiba, em Havana.
O Presidente da República não quis adiantar muitos detalhes deste encontro privado, e remeteu para as informações divulgadas pelo jornal oficial do Partido Comunista Cubano.
"O reporte que foi feito pelo Granma é rigoroso, como se esperaria. Portanto, foi cerca de uma hora e como lá se diz falou-se de passado, presente e futuro. Internacional, em geral. Memórias do passado e o estado das relações bilaterais", disse.
Interrogado se tinha oferecido algum presente a Fidel Castro, respondeu que não, mas adiantou que o líder histórico cubano "muito simpaticamente" lhe escreveu uma dedicatória num livro de fotografias antigas.