Teve um papel importante na reunificação da Alemanha, invadiu o Iraque sem "perturbar extraordinariamente" os outros países e gostava de saltar de paraquedas.
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No dia da morte de George H. W. Bush, o embaixador José Cutileiro destaca, em declarações à TSF, o papel preponderante do 41.º presidente dos Estados Unidos na reunificação da Alemanha e no consequente final da Guerra Fria.
"Decidiu que ia apoiar Kohl na sua intenção de reunificar a Alemanha e, ao mesmo tempo, contribuiu para que Gorbatchev fizesse o mesmo do lado de lá. Uns meses antes do muro de Berlim cair, lembro-me que um embaixador inglês, que era meu colega, me dizia que a reunificação alemã nunca existiria porque os russos não autorizariam e eles - os ingleses - tampouco o fariam", recordou José Cutileiro.
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Sobre o papel de Bush na invasão americana ao Iraque, o embaixador relembra que convenceu "todos os aliados a pouco e pouco, e depois muito rapidamente, que era necessário fazer aquilo." José Cutileiro recorda que o antigo presidente dos EUA conseguiu realizar essa ação sem "perturbar extraordinariamente" as relações com outros países e "mantendo a paz que havia - digamos assim - intacta."
"Uma vez que o Iraque foi vencido e retirado do Kuwait, Bush foi-se embora. Não insistiu em levar Hussein a uma derrota final" lembra o embaixador sobre a retirada das forças americanas.
Para lá da figura política, existiu também o "homem" George H. W. Bush, que Cutileiro recorda como "correto e sempre em boa forma física".
"Tinha sido um herói de guerra e gostava de saltar de paraquedas", algo que Bush fez pela última vez aos 90 anos de idade. "Era um homem prático no dia a dia", resume José Cutileiro antes de recordar a memória deixada por Bush: "foi boa."