Gilberto Rodrigues Leal foi raptado há mais de um ano por um grupo que controla o norte do Mali. A família de Gilberto, que nasceu em Portugal, diz nada saber sobre o que está a ser feito para garantir a libertação do seu familiar.
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Gilberto Rodrigues Leal, um luso-francês de 61 anos, nascido em Portugal, foi raptado a 20 de novembro de 2012 no Mali, no decurso de uma viagem que fazia sozinho entre Marrocos e o Togo, e que deveria durar cinco a seis meses.
Segundo a sua família, depois de atravessar território marroquino e mauritano, Gilberto Rodrigues Leal chegou à cidade maliana de Diéma, onde perguntou a morada de um cibercafé e onde foi duas vezes antes de ser raptado.
Pouco depois de ter falado com a sua família nesse cibercafé, o luso-descendente foi forçado a abandonar o local por homens com turbantes, tendo sido levado para local incerto. Só a viatura em que se deslocava é que foi encontrada.
O rapto foi reivindicado dois dias depois pelo Movimento para a Unidade e Jihad na África Ocidental (MUJAO), que juntamente com o Aqmi e o Ansar Dine ocupam o norte do Mali, que anunciou o aparecimento de vídeo nos dias seguintes.
Seis dias depois após o rapto, um site de informação mauritano divulgava um vídeo com imagens de Gilberto Rodrigues Leal ao lado de dois homens armados, tendo em fundo um pano negro com inscrições em árabe.
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«Peço ao governo francês que responda rapidamente às reivindicações. Não sou visado neste rapto, são acções externas do governo que estão em causa. Confio que o meu governo saberá resolver rapidamente a minha situação e encontrar uma saída favorável», dizia então o luso-descendente.
Um ano depois do rapto, o irmão do luso-descendente dizia-se «decepcionado com o governo» francês e considerava que a confiança que tinha sido pedida pela diplomacia francesa «não era recíproca, porque eles não nos dizem nada».
Em declarações à RTL, David Rodrigues reclamava um «mínimo de informações» da parte do Ministério francês dos Negócios Estrangeiros e que o Quay d'Orsay «explicasse às famílias quais são as provas de vida».
O irmão de Gilberto Rodrigues Leal disse ainda que o MUJAO exigiu uma «negociação para a sua libertação», ao que a diplomacia francesa terá respondido que «não entrava na lógica da chantagem». O irmão é o promotor de uma petição a pedir a libertação de Gilberto.
A população da região de Lozaire, onde este luso-descendente vivia, reuniu-se dias antes do aniversário do rapto de Gilberto Rodrigues Leal para lembrar o que aconteceu a 20 de novembro de 2012.