João Pedrosa decidiu ficar na cidade chinesa que é o epicentro do novo coronavírus. Agora, escreve no site da TSF sobre o estranho dia a dia em Wuhan.
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"Há de flutuar uma cidade no crepúsculo da vida..." (Al Berto)
Wuhan flutua nas ondas da esperança, não desespera e espera por um "renascer da vida".
Talvez finja, mas acredita na vida.
Wuhan acredita que os seus anjos, vestidos de branco e azul, não fingem.
Wuhan sabe que não são anjos caídos (expulsos do céu), pois os seus lutam contra uma "diabólica epidemia".
E são milhares deles que abrem as suas "asas" para abraçar todos que desesperam neste "incêndio" devastador.
Anjos da guarda, que abdicaram dos seus e das suas próprias vidas para lutarem pelas vidas dos outros.
Não dormem, não param, não descansam e batalham com um sacrifício sobre-humano pela humanidade.
Guerreiros de luz que combatem por um amanhecer repleto de vida.
Quanto a mim, hoje, quero-me rever nalgumas palavras do nosso brilhante poeta Al Berto, no final do seu "Horto de Incêndio":
"Caminho com os braços levantados, e com a ponta dos / dedos acendo o firmamento da alma / espero que o vento passe... escuro, lento..."
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Alguns factos de vida para hoje:
- 32.395 trabalhadores médicos no terreno;
- 11 hospitais temporários;
- 400 zonas de quarentena;
- 59 mil camas hospitalares;
- Na China: mais de mil altas por dia nos últimos nove dias;
- Fora de Hubei: taxa de novos casos a decrescer há 16 dias consecutivos.
João Pedrosa em Wuhan (21 de Fevereiro de 2020, Dia Internacional da Língua Materna)
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