Tom Jobim deu nome a banca de jornais no Leblon, no Rio de Janeiro. Os irmãos Walter e João Moreira Salles brincavam por ali. Ouça aqui a reportagem da TSF.
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Em dia de votação, porque não comprar os jornais numa livraria com décadas de história, com ligação a um nome grande da música popular brasileira - Tom Jobim - e a uma família de intelectuais, jornalistas e cineastas, Moreira Salles?
A Piauí, banca de jornais no Leblon, com nome de estado brasileiro e revista de referência é uma história que Daniel, atrás do balcão, não se importa de contar... o nome, Piauí, é uma homenagem a Tom Jobim.
"Estamos aqui há setenta anos neste local, o nome Piauí foi o Tom Jobim que deu era um grande amigo do meu pai, apaixonado pela musicalidade das palavras, além de muito apaixonado pela musicalidade que a palavra Piauí tem: cinco letras com uma consoante só, ele falava várias coisas sobre a palavra. O meu pai, em homenagem a ele, deu esse nome para a banca".
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A família Moreira Salles, que são os donos da revista Piauí passaram aqui a infância, revela Daniel Dileta, neto do fundador: "isto também remete para essa época da vida deles". Uma prestigiada família brasileira. Walther Moreira Salles (1912 - 2001) foi um empresário, banqueiro, diplomata e advogado; é pai do cineasta Walter Sales (Central do Brasil, Diários de Motocicleta), do documentarista João Moreira Salles (em 2006 criou a revista Piauí, para "para contar boas histórias com humor") e do editor Fernando Roberto Moreira Salles.
O avô de Daniel, que "esteve preso durante a Segunda Guerra Mundial", vendeu aqui "a primeira revista importada do Brasil", graças ao conhecimento que travou durante a guerra com um redator do grupo Time-Life.
Aos setenta anos de esquina no Leblon, a Piauí não tem medo do futuro, apesar do neto do fundador desta banca de jornais saber que "uma coisa é notícia, daqui a pouco já deu, outra é matéria, uma coisa mais aprofundada" e de os jornais poderem ter os dias contados:"o jornal em papel vai durar mais uns seis anos, dez anos no máximo". Então e depois? "As revistas continuam. A gente vende charutos, vende várias coisas, sempre teve aqui muita prestação de serviço".Serviço público, no caso.