Durante 10 anos, Raúl Castro tomou conta do legado do irmão. Agora, está de saída. A revolução vai continuar?
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Há 10 anos, Fidel Castro anunciava que ia renunciar ao poder. Raúl Castro, o irmão, substituiu-o à frente dos destinos de Cuba.
Mas a dinastia está prestes a terminar. Dentro de dois meses, a 19 de abril deste ano, Raúl vai deixar a presidência do país.
Na Manhã TSF, Leonídio Paulo Ferreira, subdiretor do Diário de Notícias e especialista em Política Internacional, lembra que a última década foi marcada por avanços nas relações de Cuba com o exterior.
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Leonídio considera que há dois momentos fundamentais que mostram esta abertura - o aperto de mão de Raúl Castro e Barack Obama no funeral de Nelson Mandela e a visita de Obama a Havana em 2016.
Para o subdiretor do DN, apesar das críticas ao regime cubano, Trump não mudou assim tanto no percurso de aproximação a Cuba iniciado pelo antecessor.
Agora, abre-se uma nova página na história de Cuba. Miguel Díaz-Canel, primeiro vice-presidente do Conselho de Estado e de Ministros desde 2013, é o nome apontado para suceder a Raúl Castro.
Leonídio Paulo Ferreira lembra que Díaz-Canel tem um percurso sólido dentro do partido, mas é uma "figura esfíngica", que ninguém sabe interpretar. Além disso, Raúl Castro tem falado da necessidade de uma mudança de mentalidade, mais do que de mudança de geração.
O subdiretor do DN realça ainda que "ao contrário de Fidel, que era um homem que decidia sozinho, Raúl criou uma liderança mais colegial e mais debatida".