Uma fotografia da "caravana" bastou para reacender o debate sobre a fronteira dos EUA
Uso de gás-pimenta sobre os migrantes, entre eles crianças, foi capturado por vários fotógrafos da Reuters.
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A imagem mostra uma criança descalça, de fralda, que chora. A sua mão direita agarra a de uma mulher adulta que, como nos mostra a fotografia seguinte, tenta protegê-la dos gás lacrimogéneo que fora atirado por agentes fronteiriços norte-americanos, avança o Washington Post.
A fotografia, capturada este domingo por Kim Kyung-Hoon, da Reuters, foi uma espécie de rastilho para reacender a forma como Trump está a ser gerir a questão da fronteira entre os EUA e o México e, mais em particular, a forma como tem retratado a "Caravana", um grupo de migrantes da América Central que tenta, a muito custo, entrar em território norte-americano.
Trump tem encarado estes migrantes como "criminosos com sangue frio", classificação dada na manhã desta segunda-feira, que tem enfrentado fortes críticas depois das mais recentes imagens da situação no controlo fronteiriço entre San Ysidro e Tijuana.
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Uma das vozes (ou teclas, neste caso) que se insurgiu contra as palavras de Trump foi a de Alexandria Ocasio-Cortez, a mais jovem congressista de sempre, eleita nas recentes intercalares. A democrata, de origem porto-riquenha, escreveu no Twitter que "pedir para ser considerado refugiado e candidatar-se a esse estatuto não é um crime."
No mesmo tweet, Ocasio-Cortez dá o exemplo de que não foi um crime "para as famílias judias que fugiram da Alemanha", nem para "as famílias atingidas no Ruanda", nem para "as comunidades que estão a fugir da Síria". Por fim, concluiu com a ideia de que "também não o é para os que estão a fugir da violência na América Central".
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Do lado republicano, as reações são mais alinhadas com as de Trump. "Se não querem ser atingidos por gás lacrimogéneo enquanto entram ilegalmente num país, não entrem ilegalmente num país", escreveu Charlie Kirk, fundador e presidente de um movimento democrata estudantil.
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No ar fica a vontade expressa por Trump no seu tweet, de fechar permanentemente a fronteira, "caso seja necessário", algo que nunca foi feito. Segundo os especialistas entrevistados pelo jornal norte-americano, tal situação não está prevista nas leis norte-americanas.