A diretora-geral da UNESCO denunciou esta quarta-feira que locais arqueológicos na Síria estão a ser saqueados "em escala industrial" e que os rendimentos destes atos estão a ser usados para financiar extremistas do Estado Islâmico.
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Falando na capital búlgara, Sófia, a diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Irina Bokova, disse que "imagens de satélite mostram que locais arqueológicos na Síria estão espalhados por centenas de escavações ilegais" que "mostram que há saques em escala industrial".
O grupo Estado Islâmico tem justificado a destruição de relíquias históricas com o propósito de querer eliminar representações e locais de culto nos territórios da Síria e Iraque.
No dia 4 de setembro, o chefe de Antiguidades sírias, Maamun Abdulkarim, denunciou que o grupo extremista Estado Islâmico fez explodir pelo menos três das famosas torres funerárias de Palmira, no chamado Vale dos Túmulos, no deserto sírio.
A 23 de agosto, os "jihadistas" destruíram com explosivos o templo de Baal-shamin em Palmira. Alguns dias antes, executaram o ex-responsável pelo património da cidade Khaled al-Assaad, de 82 anos.
O conflito sírio, iniciado em março de 2011 com protestos contra o regime de Bashar al-Assad, já matou mais de 240.000 pessoas, após entrar em uma espiral num conflito travado em várias frentes por diversos grupos armados.