A Unicef sublinha que quando uma criança é obrigada a casar-se tem menos hipóteses de terminar os estudos e mais probabilidades de ser abusada pelo marido ou de ter mais complicações na gravidez.
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O casamento infantil no mundo continua a ser uma realidade com bastante expressão: uma em cada cinco raparigas casa antes de completar 18 anos, ainda assim a Unicef fala numa ligeira melhoria. Na ultima década foram impedidos 25 milhões de casamentos infantis, mas o problema mantém-se. Mesmo com essa redução em relação ao que se previa há dez anos, a Unicef estima que há todos os anos 12 milhões de raparigas que são forçadas a casar-se.
Para acabar com esta pratica até 2030, como foi estabelecido nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os progressos no mundo terão de ocorrer a um ritmo muito mais rápido sob pena de mais 150 milhões de crianças e adolescentes verem nos próximos 12 anos a sua infância roubada por um casamento que não desejam.
A Unicef sublinha que quando uma criança é obrigada a casar-se tem menos hipóteses de terminar os estudos e mais probabilidades de ser abusada pelo marido ou de ter mais complicações na gravidez. O risco de pobreza, prolongada através de gerações, é também maior.
Na ultima década, graças aos progressos operados na Índia e de uma intervenção no sul da Ásia, registou-se a maior quebra da taxa de casamento infantil em todo o mundo. Para isso, como sublinha a Unicef, muito contribuiu o aumento de escolaridade das jovens e as mensagens de alerta, que foram repetidas sobre a ilegalidade do casamento infantil e dos danos que provocava.
Os mesmos esforços têm de ser feitos na África subsaariana. Das mais recentes noivas crianças casadas, cerca de uma em cada três estão agora nessa região, em comparação com uma em cada cinco há uma década", diz o relatório da Unicef.