Unidas Podemos anuncia que se vai abster, depois de PSOE rejeitar a última proposta
Os socialistas rejeitaram a última proposta do partido de Pablo Iglesias, que reduziu para quatro as exigências para um Governo de coligação. O Unidas Podemos já anunciou que se vai abster da votação de investidura de Sánchez.
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Unidas Podemos anunciou que vai abster-se na votação de investidura de Pedro Sánchez, depois de o PSOE rejeitar a última proposta que já só incluía quatro exigências da extrema-direita.
"Totalmente quebradas." Uma fonte governamental espanhola deu conta durante a noite de um rompimento das negociações com o Unidas Podemos para um acordo de Governo em Espanha.
As exigências de Pablo Iglesias revelaram-se, de acordo com a publicação espanhola El País , inaceitáveis para a coligação. Os socialistas espanhóis alegaram que ceder à vontade de Iglesias significaria criar dois governos dentro do Executivo.
A origem da discórdia estará relacionada com as pastas pretendidas pela Unidas Podemos. Uma fonte da coligação, Ione Belarra, explicou que o PSOE não se demonstrou disposto a oferecer ao Podemos competências nas áreas do Trabalho, das Finanças, da Transição Ecológica ou mesmo da Igualdade, áreas que Iglesias teria vindo a alegar como pontos de encontro para chegar a acordo. Ainda assim, Ione Belarra alegou que haveria ainda tempo para continuar a negociar até setembro.
Pablo Echenique, da mesma ala partidária, garantiu também, em entrevista à rádio Cadena, que o Unidas Podemos não entrará num governo a todo o custo.
Os socialistas espanhóis (PSOE) e a extrema-esquerda (Unidas Podemos) acusam-se mutuamente pelo atual bloqueio das negociações sobre uma coligação governamental para reconduzir Pedro Sánchez como primeiro-ministro, sem que nenhuma das forças assuma um falhanço das conversações.
PSOE e Unidas Podemos têm até às 14h30 (13h30 de Lisboa) para tentar chegar a um acordo de última hora que permita o primeiro executivo de coligação em Espanha desde a Guerra Civil de 1936-1939.
"Não tenho muitas esperanças, mas é verdade que temos até ao fim da manhã", disse o chefe das negociações do Unidas Podemos, depois de acusar, mais uma vez, os socialistas de terem "rompido" as negociações.
Por seu lado, a vice-primeira-ministra, Carmen Calvo, que negocia em nome dos socialistas acusou a extrema-esquerda de querer fazer a gestão de "mais do que metade do Orçamento" Geral do Estado", o que, segundo ela, é "absolutamente irrealista".
Os socialistas rejeitaram a última proposta do partido de Pablo Iglesias, que reduziu para quatro as exigências para um Governo de coligação.
Esta quinta-feira decorrerá a segunda votação para investidura do Governo espanhol, mas tudo indica que não será atingido qualquer confirmação. O Partido Nacionalista Basco e Esquerda Republicana da Catalunha já manifestaram que se vão abster. O Juntos pela Catalunha anunciou que vai votar contra.
Pedro Sánchez só teria de obter dos outros partidos mais votos positivos do que negativos.
* Atualizado às 12h30