O principal partido da oposição em Angola, a UNITA, anunciou que não vai reconhecer a legitimidade a nenhum governo que resulte das eleições gerais de sexta-feira.
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«A UNITA não reconhecerá legitimidade a nenhum governo que resulte deste processo, porque viola a Constituição e a Lei», afirmou o porta-voz do partido, Alcides Sakala, que falava numa conferência de imprensa.
Segundo aquele dirigente, «se os vícios e desvios ora identificados não forem corrigidos, o processo continuará a não ser considerado livre e democrático».
«Consequentemente, quem vier a exercer o poder político com base nessa eleição viciada não terá o título da legitimidade que a Constituição exige para tal», frisou.
Em causa estão as críticas da UNITA às alegadas ilegalidades cometidas pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana na preparação do escrutínio.
No encontro com a imprensa, a UNITA acusou ainda a CNE de «falta de vontade política» para corrigir todas as irregularidades de que tem vindo a ser alertada por esta formação política sobre a organização do processo eleitoral.
A conferência de imprensa serviu para refutar a resposta da CNE a um memorando apresentado pela UNITA, em que o partido considerava que o órgão eleitoral «não tem legitimidade moral» para organizar as eleições.
Segundo Alcides Sakala, a CNE não reconheceu «em nenhum momento que violou a lei ou mesmo que tenham ocorrido erros involuntários face a uma multiplicidade de irregularidades que o cidadão comum pode constatar».
Na resposta ao memorando da UNITA, a CNE considerou «infundadas» as reclamações apresentadas e «sem razão de ser», apelando a este partido para que colabore no processo eleitoral.
A solução para ultrapassar o que a UNITA considera serem irregularidades insanáveis passa pelo adiamento por um período de 30 dias, suficiente para que a CNE corrija os «vícios que enfermam o processo».