Urnas do Congo podem fechar mais tarde devido à chuva. Tensão marcou os últimos dias
O embaixador de Portugal em Kinshasa pede, em entrevista à TSF, que a comunidade portuguesa no Congo seja prudente, evitando "deslocações não essenciais" e "aglomerações".
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No Congo, ainda se vota. Os eleitores vão este domingo às urnas para escolher um presidente que substitua Joseph Kabila. A chuva tem sido o principal problema, diz à TSF o embaixador de Portugal em Kinshasa. António Pereira está a acompanhar a partir de Lisboa esta eleição e admite que as urnas podem ficar abertas mais algum tempo, por causa da demora causada pela chuva.
"O dia de hoje está calmo. Choveu bastante durante a noite e de madrugada. Isso ocasionou alguns atrasos, designadamente em Kinshasa. O staff de apoio das várias mesas de voto e de serviços paralelos, nalguns casos, começaram mais tarde. E uma informação de última hora, que ainda não está completamente confirmada, é que se admite que vá haver uma compensação no final da tarde e que as mesas de voto que abriram mais tarde possam fechar mais tarde também do que as 17h00, para compensar isso."
Por causa da tensão que marcou os últimos dias, António Pereira explica que "houve um primeiro comunicado que foi emitido com medidas de prudência básica em matéria de ter em casa um certo número de coisas que fazem falta em situações quando falha a energia elétrica, quando é necessário ter um aprovisionamento em água, em alimentos. Um kit de emergência para essas coisas. Há dois dias, na sequência de uma informação veiculada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros local de que realmente havia dispositivos de segurança que não deixavam antever qualquer tipo de problemas de segurança, a embaixada de Portugal transmitiu esse sentimento de confiança à nossa comunidade, salvaguardando que era necessário, apesar de tudo, ser prudente."
O embaixador aconselhou os portugueses a evitarem "deslocações não essenciais" e "aglomerações".
Ainda assim, António Pereira compreende a apreensão da comunidade portuguesa e pede prudência.
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"É um país enorme com problemas muito sui generis, os portugueses conhecem alguns momentos de bastante aflição naquele país, com as célebres pilhagens anteriores. Já foram várias nas últimas décadas, algumas delas que obrigaram a evacuação e a situações extremamente delicadas. É perfeitamente normal que os portugueses partilhem o sentimento de toda a gente. Toda a gente tem um bocadinho de receio por este tipo de momentos simbólicos, porque o país é grande, os problemas têm uma escala importante e, portanto, é perfeitamente normal e razoável que as pessoas tenham receio. E ainda bem, porque isso evita comportamentos menos prudentes."