Mais de 2,6 milhões de uruguaios vão eleger hoje o seu futuro presidente e definir a nova composição do parlamento, em eleições com sufrágio obrigatório e com as sondagens a apontarem para uma segunda volta presidencial.
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Todas as projeções indicam que o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), da coligação de esquerda Frente Ampla (FA) será o mais votado com cerca de 43% dos votos, mas ainda longe dos 50% necessários para garantir a vitória na primeira volta das presidenciais.
Na segunda posição entre sete candidatos, e com pouco mais de 30%, surge o deputado Luis Lacalle Pou, do conservador Partido Nacional ou "Branco" e principal força da oposição. Mais distanciado (15%) está o senador Pedro Bordaberry, do Partido Colorado, que durante décadas hegemonizou a vida política do país mas está agora remetido a segunda força da oposição.
Vázquez e Lacalle deverão disputar a segunda volta, já marcada para 30 de novembro, e quando o ex-guerrilheiro tupamaro José "Pepe" Mujica, 79 anos, abandona o cargo com altos níveis de popularidade.
Os uruguaios vão eleger em paralelo o futuro parlamento, formado por 31 senadores, incluindo o vice-presidente da República, e 99 deputados em representação dos 19 departamentos.
As sondagens também indicam que a coligação de esquerda, que agrupa uma dezena de partidos, incluindo socialistas, comunistas, marxistas, sociais-democratas, independentes e os ex-tupamaros de "Pepe" Mujica, poderá perder a maioria que detém no Senado e na câmara de deputados, apesar de também vencer o escrutínio.
O futuro presidente uruguaio deverá ser empossado em 1 de março de 2015, enquanto "Pepe" Mujica -- apesar dos seus problemas de saúde também motivados pelos 15 anos que passou nas prisões da ditadura, em particular entre 1972 e 1985 -- aceitou encabeçar as listas para o Senado do seu partido.
De acordo com a agência Efe, a segurança pública constitui a principal preocupação dos uruguaios e foi o tema que motivou as discussões mais intensas durante a campanha eleitoral.