Bruxelas fecha acordo do CureVac e está em "contactos exploratórios" com a Moderna
A Comissão Europeia faz depender a assinatura de contratos para a aquisição de vacinas da instalação de bases de produção na Europa.
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A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen anunciou esta segunda-feira um novo contrato para uma aquisição centenas de milhões de doses de vacinas a uma empresa europeia. Com este contrato, Bruxelas já garantiu cinco acordos para a aquisição de vacinas.
"Amanhã vamos autorizar um novo contrato para assegurarmos uma nova vacina europeia contra a Covid-19", afirmou a presidente da Comissão Europeia, detalhando que "este contrato permite comprar até 405 milhões de doses, da vacina produzida pela empresa europeia CureVac".
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Bruxelas espera também fechar um acordo com a Moderna que hoje anunciou resultados de 94,5% de eficácia contra a Covid-19. A comissária da saúde assume que os resultados são encorajadores, mas os critérios para vender à Europa ainda estão em negociação.
"As empresas têm de ter produção na Europa, para fecharem contrato", disse a Comissária, embora veja que "os resultados preliminares [da vacina da Moderna], são encorajadores, tal como tivemos resultados encorajadores da Pfizer".
"Não sabemos, nesta fase, qual será a vacina segura e eficaz. A Agência Europeia do Medicamento só a vai autorizar depois de uma avaliação robusta. E, é por isso que precisamos de ter um amplo portfólio de vacinas, baseado em tecnologias muito diferentes", disse a presidente da Comissão Europeia.
As negociações com a moderna estão ainda numa fase de "contactos exploratórios", mas a Comissão está também a tentar fechar "um sexto contrato" com a empresa norte-americana.
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Bruxelas espera agora que as autoridades nacionais promovam uma "comunicação clara" sobre as vacinas contra a Covid-19, tendo em conta que esta estratégia de combate à pandemia terá de ser combinada com outras, para obter resultados.
"Precisamos de perceber que, mesmo quando tivermos uma vacina segura e eficaz, isto não será "a Bala de Prata", que mudará e que fará a Covid-19 desaparecer do dia para a noite", alertou a comissária da Saúde, há menos de uma semana, quando foram divulgados os resultados preliminares da Pfizer.
Bruxelas e as agências europeias estão a trabalhar para que o processo de aprovação de licencias sejam posto em prática de acordo com a urgência imposta pela pandemia, e a comissária tem dito que tudo será feito para que não haja atrasos.
"Logo que a BioNTech - Pfizer ou outras empresas apresentarem os pedidos de autorização à Agência Europeia do Medicamento, haverá necessidade de fazer uma avaliação científica em matéria de segurança, mas não haverá atrasos", garantiu, embora sem se comprometer com prazos.
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Recorde-se que o presidente eleito da Aliança Global para as Vacinas (GAVI), José Manuel Durão Barroso espera que até ao final do ano haja autorização na Europa e nos Estados Unidos para a utilização de emergência de vacinas. Os pedidos deverão avançar muito em breve.
"Algumas vacinas estão muito perto de uma autorização para utilização de emergência", disse o português, que depois de recolher informações junto do organismo que vai presidir a partir de janeiro.
"Há informação confidencial que não estou autorizado a partilhar, mas o que vem a nível público corresponde à verdade e as que estão mais avançadas são as da Pfizer, em parceria com uma companhia alemã, a Moderna, e a vacina da AstraZeneca, que são talvez as que estão na "pole-position" para conseguir uma autorização de emergência, vamos ver", disse.
A Aliança Global para as Vacinas tem como objetivo "que esta fase mais aguda de pandemia esteja sob controlo no final de 2021", disse o futuro presidente da organização, admitindo que seja preciso estarmos "prevenidos para a hipótese de haver alguns novos acidentes, como houve nos testes". Barroso admite que a hipótese de "ter já uma utilização das vacinas durante o primeiro semestre do próximo ano, não seja demasiado otimista".
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