Uma série de atentados hoje no Iraque causou, pelo menos, 25 mortos e dezenas de feridos, a agravar um quadro político caracterizado por uma crise que se arrasta.
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Um atentado com recurso a uma viatura armadilhada causou seis mortos e pelo menos vinte feridos perto de um quartel do exército, em Taji, no norte de Bagdade, segundo um oficial e fontes médicas.
A sul da capital, em Mahmoudiyah, cinco pessoas foram mortas e 14 ficaram feridas devido a um atentado cometido por um suicida, que utilizou uma viatura armadilhada.
Um terceiro veículo explodiu perto de um mercado no bairro de maioria xiita de Choula, no norte de Bagdade, causando cinco mortos e 12 feridos.
Os atentados não forçam reivindicados, mas exibem a marca dos extremistas sunitas, designadamente a al-Qaeda, que atacam regularmente dirigentes políticos, comunidades xiitas e forças de segurança.
Acresce que na província de Diyala, no centro do Iraque, vários ataques à bomba mataram um miliciano anti-al-Qaeda e causaram seis feridos, e mais a norte, em Touz Khourmatou, a explosão de uma bomba à beira da estrada matou quatro oficiais das forças armadas curdas.
Também a norte de Bagdade, na cidade de Baiji, a 200 quilómetros da capital, quatro empregados da empresa petrolífera estatal e um membro da segurança, que transportavam dinheiro para pagar os salários dos empregados de refinarias da região, foram mortos durante um ataque. Os assaltantes fugiram e o dinheiro foi recuperado.
Esta nova vaga de violência ocorre depois de quatro dias de uma calma relativa, depois de uma série de ataques, entre 15 e 17 de janeiro, reivindicados pelo ramo iraquiano da al-Qaeda, que causou cerca de 90 mortos.
Face a esta insegurança, as instituições políticas estão quase paralisadas, em resultado da crise política no país, com o primeiro-ministro xiita, Nouri al-Maliki, a confrontar-se com a cólera da minoria sunita, dos curdos e dos xiitas que integram o seu Governo, que o acusam de querer monopolizar o poder.
A crise revelou-se em pleno em dezembro de 2011, quando saíram os últimos soldados dos EUA, com a coligação laica Iraqiya, dominada pelos sunitas, a denunciar um exercício autocrático do poder por Maliki.
O confronto intensificou-se em torno da repartição das receitas petrolíferas entre a região autónoma curda e o poder central.
Os sunitas começaram, a manifestar-se quase todos os dias, depois da detenção em 20 de dezembro de guarda-costas do ministro sunita das finanças, Rifaa al-Issawi.
Estes protestos aumentaram a pressão sobre Maliki, tendo sido mesmo reclamada a sua demissão.
As eleições provinciais, previstas para dentro de três meses, vão representar um teste para Maliki e os seus opositores, antes das eleições nacionais de 2014.