Desde que o Governo espanhol anunciou que quer exumar o corpo de Francisco Franco, o número de visitas ao Vale dos Caídos tem aumentado.
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O vale dos Caídos, onde estão sepultados mais de 35 mil mortos da guerra civil espanhola e onde, desde 1975, está também o ditador Francisco Franco, teve mais de 200 mil visitas o ano passado.
O lugar está integrado no Ayuntamiento de San Lorenzo del Escorial, localidade que tem este nome devido ao Mosteiro do Escorial, património da UNESCO desde 1984 e onde estão sepultados muitos monarcas espanhóis. Este edifício, mandado construir por D. Filipe II de Espanha e I de Portugal nos finais do século XVI, é a referência turística de San Lorenzo.
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O ano passado mais do que duplicou as visitas do memorial mandado construir por Franco e inaugurado em 1975.
Mas nem sempre foi assim. Nos anos seguintes à ida do corpo do fascista espanhol para a Abadia até aos primeiros anos da década de 1980, o Vale dos Caídos conseguiu ultrapassar o "rival" e imponente Mosteiro no número de visitantes.
Hoje, os dois sítios continuam a levar até à localidade madrilena muitos turistas que chegam principalmente de toda a Espanha.
O recente anúncio de que o governo quer exumar o corpo de Francisco Franco, tem feito com que uma romaria de turistas e curiosos queiram ver o lugar colossal que o ditador mandou construir dentro da montanha.
Em San Lorenzo del Escorial, uma localidade que tem cerca de 18 mil habitantes e que vive essencialmente do turismo, os muitos agentes que vivem desta atividade não se importavam que Franco continuasse onde está. Nicolas Jimenez, responsável do turismo do ayuntamiento diz que "a saída do ditador poderá não ser determinante mas influenciará a vinda de pessoas" e dá um exemplo: "era como se tirassem a torre de Belém a Portugal".