A frase do presidente francês encerrou o discurso perante as duas câmaras do parlamento. François Hollande quer rever a constituição e promete não poupar esforços na luta contra o terrorismo.
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"Devemos ser implacáveis", frisou François Hollande aos parlamentares franceses durante um discurso no Palácio de Versalhes.
O chefe de estado gaulês afirmou que "os atos de guerra" da última sexta-feira foram "decididos e planeados na Síria, organizados na Bélgica e concretizados em França" com o objetivo de "semear o medo".
"É cruel ter de dizê-lo: foram franceses que na sexta-feira mataram outros franceses", sublinhou.
Para lutar contra o terrorismo, uma "ameaça que está para durar", a França não vai poupar esforços. Haverá um reforço das operações militares na Síria e serão dados mais meios ao exército e à polícia.
Hollande anunciou a abertura de 5 mil vagas para a polícia nos próximos dois anos e assegurou que não haverá cortes no orçamento militar até 2019.
"Considero que, nestas circunstâncias, o pacto de segurança prevalece sobre o pacto de estabilidade", disse o chefe de estado francês, referindo-se aos limites orçamentais da zona euro.
François Hollande pretende também rever a constituição francesa para aumentar as penas e poder expulsar mais rapidamente do país pessoas com dupla nacionalidade que estejam envolvidas em atos de terrorismo ou que apresentem um risco particularmente elevado para a ordem e segurança públicas.
Defendeu ainda que a União Europeia deverá ter um controlo "mais eficaz" das fronteiras externas, de modo a evitar o regresso aos controlos nas fronteiras nacionais e assim motivar o "desmantelamento da União Europeia".
Considerou também que é necessária uma única coligação internacional para lutar na Síria, país que descreveu como "a maior fábrica de terroristas que o mundo conheceu".
Hollande apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para emitir rapidamente uma resolução contra o terrorismo e anunciou que vai reunir-se com o presidente americano Barack Obama e o presidente russo, Vladimir Putin nos próximos dias para discutir a questão.