"Vamos perder todos." Embaixador da UE na ONU pede saída "coordenada e controlada"
Para o embaixador da União Europeia nas Nações, o português João Vale de Almeida, "é preciso encontrar um modelo de saída que tenha um impacto o menos negativo possível" na relação da UE com o Reino Unido.
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João Vale de Almeida representa diplomaticamente a União Europeia nos Nações Unidas. Em entrevista à TSF, afirma que o Brexit deve dar lugar a uma relação com o Reino Unido o mais sólida possível. Em nome de interesses e valores.
A saída do Reino Unido foi uma decisão soberana dos britânicos e agora é preciso assegurar que ela acontece de uma forma "organizada, ordenada" e encontrar um acordo para assegurar o relacionamento comum no futuro.
Para o embaixador da União Europeia nas Nações Unidas, o português João Vale de Almeida, "é preciso encontrar um modelo de saída que tenha um impacto o menos negativo possível sobre a relação bilateral e que, a partir daí, possamos construir uma relação futura".
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"Coordenada e controlada, em vez de uma saída sem acordo", é assim que Vale de Almeida deseja uma saída que nunca desejou. Mas tal como alguns dos participantes no encontro WinterCEmp, promovido pela representação da Comissão Europeia em Portugal, no último fim de semana em Ílhavo, acredita que nesta altura, a clarificação é preferível à indefinição.
"O que me parece óbvio hoje, e visto de de Nova Iorque ainda mais, é que há uma necessidade absoluta e uma vontade comum de ter uma relação muito próxima e muito sólida entre a UE a 27 e o Reino Unido. Isso faz parte dos nossos interesses e corresponde aos nossos valores comuns".
Num contexto multilateral e estratégico, refere o responsável da diplomacia europeia nas Nações Unidas, essa relação próxima "faz todo o sentido e quando as coisas fazem todo o sentido têm muita força".
Mas quem perde mais com o Brexit? A União Europeia ou o Reino Unido? "Vamos perder todos, cada um deve avaliar as suas perdas."