A Grécia está determinada a rejeitar as últimas propostas da União Europeia para evitar o incumprimento do pagamento da dívida, disseram hoje dois ministros, incluindo o das Finanças, Yanis Varoufakis.
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Em declarações ao diário Proto Yanis Thema, Varoufakis considerou que "foi um movimento agressivo projetado para aterrorizar o Governo (...) sem entender que o Governo grego não pode ser aterrorizado".
O ministro grego das finanças referia-se ao documento apresentado, a semana passada, pela comissão europeia no qual se elencavam as medidas de poupança que a Grécia deveria adotar, para além de um aumento do IVA e cortes nos salários e pensões.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro Alexis Tsipras já tinha classificado as propostas dos seus parceiros europeus como "absurdas" e explicou que Atenas não aceitaria um acordo que não incluísse a reestruturação abismal da dívida do país.
"O documento apresentado ao primeiro-ministro está no limite do insulto", acrescentou Yanis Varoufakis.
"Precisamos de reformas, de reestruturação da dívida e de investimento (...) se não temos os três em conjunto não vamos assinar", alertou o ministro das Finanças.
Atenas adiou o pagamento de 300 milhões de euros em dívida para com o Fundo Monetário Internacional (FMI) na semana passada e decidiu pagar a restante dívida de uma só vez no final do mês.
O Governo grego deve, portanto, conseguir 1,6 mil milhões de euros em três semanas, e que deverá passar por um acordo com seus credores, principalmente o FMI e a União Europeia.
Se a Grécia não honrar estes pagamentos até 30 de junho, entrará em incumprimento e com a ameaça de uma saída da zona do euro.