Vasco Cordeiro apela a que regiões "tomem uma posição" contra concentração de poderes em Bruxelas
Em causa está o esboço do orçamento plurianual da União Europeia a que alguns jornalistas tiveram acesso
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O presidente do Comité Europeu das Regiões apela aos municípios e regiões a erguerem-se contra a eventual concentração de poderes e decisões em Bruxelas e nos estados-membros, retirando força aos municípios e regiões.
Em causa está um primeiro esboço do orçamento plurianual da União Europeia a que alguns jornalistas tiveram acesso. Um documento interno, não oficial da Comissão Europeia.
Esta manhã Vasco Cordeiro já tinha dito aos jornalistas que considera “inconcebível” a ideia de afastar do processo de decisão as autoridades locais, de acordo com uma versão divulgada hoje por alguns media.
E horas mais tarde, num discurso perante os líderes locais e regionais, na abertura da Semana Europeia das Regiões e Municípios, Vasco Cordeiro foi mais longe na “mensagem clara e inequívoca de rejeitar a ideia de se ter um único programa nacional no novo quadro financeiro plurianual”.
“Caros colegas, a partir desta casa da democracia, o Parlamento Europeu, apelo à sua liderança e aos seus membros, apelo aos homens e mulheres que representam o povo da Europa para se levantarem e tomarem uma posição e defenderem o que esta proposta - se for verdade - pretende impor de forma tão cega e destruir uma Europa construída por todos e uma Europa para todos”, afirmou.
Vasco Cordeiro afirmou que é preciso manter o que funciona e melhorar o que não funciona e defende que a política da Coesão deve “tornar-se mais flexível e simplificada para abordar novos desafios e ajudar as autoridades de gestão e os beneficiários”, mas deve manter os princípios.
Vasco Cordeiro, pede também que Ursula von der Leyen, seja “fiel e verdadeira às suas próprias palavras”, recordando que a presidente da Comissão Europeia disse antes que “a nova política da comissão deveria ter regiões e cidades no seu coração”.
“Caros colegas das Cidades e Regiões, apelo a que se ergam e tomem posição contra uma proposta, que a ser verdadeira, fará com que sejamos excluídos e postos de lado. (…) Temos de agir agora”, concluiu.
A Comissária Europeia da Coesão e Reformas também participou nesta sessão.
Elisa Ferreira voltou a sublinhar o compromisso assumido em Julho pela presidente da Comissão Europeia, e disse acreditar numa política de coesão forte.