O presidente venezuelano recusava-se a aceitar ajuda internacional, porque defendia não existir nenhuma situação anormal no país que justificasse a intervenção da ONU.
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É a primeira vez que Venezuela aceita ajuda humanitária das Nações Unidas. Até agora, Nicolás Maduro sempre rejeitou qualquer ajuda das Nações Unidas. O presidente venezuelano recusava-se a aceitar ajuda internacional, porque defendia não existir nenhuma situação anormal no país que justificasse a intervenção da ONU.
Em setembro, no discurso da assembleia geral das Nações Unidas, Maduro defendeu mesmo que a crise humanitária na Venezuela foi fabricada para justificar uma intervenção no país comparando-a mesmo com a entrada dos Estados Unidos no Iraque.
O envio de apoio humanitário pela ONU marca agora uma viragem de página na postura do governo venezuelano. São cerca de nove milhões de dólares destinados a programas humanitários para saúde e assistência nutricional, dirigido sobretudo a mulheres e crianças venezuelanas.
Grande parte da ajuda humanitária chega através do fundo central de intervenção urgente das Nações Unidas que é normalmente usado em situações de guerra ou desastres naturais, mas também de agências da ONU como a Unicef.
A Venezuela vai também abrir as portas à Alta Comissária dos Direitos Humanos da ONU. O ministério das Relações exteriores convidou Michelle Bachelet a visitar o país. Nicolás Maduro quer mostrar os esforços do governo na promoção dos direitos humanos na Venezuela. A alta comissária já aceitou o convite para uma visita que deve acontecer no próximo ano.
A ONU estima que cerca de três milhões de venezuelanos saíram do país para fugir à crise financeira e social que se vive na Venezuela. A organização destaca os esforços de oito países da América Latina na receção de refugiados e migrantes venezuelanos.