Embaixador chinês na Venezuela diz que este carregamento faz parte dos "acordos de cooperação" entre Caracas e Pequim.
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Um avião proveniente da China com 65 toneladas de medicamentos e material médico chegou esta sexta-feira à Venezuela, anunciou o Governo do Presidente Nicolás Maduro, que considerou esta "uma vitória" contra as sanções dos Estados Unidos da América.
"Nós estamos a derrotar o alegado cerco, o bloqueio posto em prática pela administração de Donald Trump [Presidente norte-americano] e pelo fantoche diabólico aqui na Venezuela", disse o vice-Presidente venezuelano, Tareck El Aissami, em referência ao líder da oposição, Juan Guaidó.
Tareck El Aissami afirmou, numa conferência de imprensa que decorreu no Aeroporto Internacional de Caracas, que este é o primeiro carregamento e que outros se seguirão.
De acordo com o vice-Presidente, a ajuda humanitária inclui lotes de antibióticos, analgésicos, medicamentos para diabetes e equipamentos cirúrgicos.
Presente na chegada do avião, o embaixador chinês na Venezuela, Li Baorong, declarou que a o carregamento de material médico faz parte dos "acordos de cooperação" entre Caracas e Pequim.
Também esta sexta-feira, o enviado especial dos Estados Unidos para a Venezuela, Elliott Abrams, disse que o Governo norte-americano apelou à China e às empresas petrolíferas de todo o mundo para cortarem as relações comerciais com o executivo de Maduro.
Elliott Abrams adiantou que se reuniu com o embaixador chinês nos Estados Unidos, Cui Tiankai, para analisar as relações económicas entre Pequim e Caracas.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela encarregado de organizar eleições livres e transparentes naquele país.
Na Venezuela, a confrontação entre as duas fações tem tido repercussões políticas, económicas e humanitárias.