É a primeira reação oficial do Brasil aos incidentes na fronteira com a Venezuela. O executivo brasileiro critica o uso da força contra o povo venezuelano e considera que a atitude de violência comprova definitivamente o "caráter criminoso do regime de Maduro".
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O Governo brasileiro condenou este domingo os atos de violência promovidos no sábado por Nicolás Maduro nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e a Colômbia, a propósito da chegada de ajuda humanitária ao país.
Numa nota publicada no 'site' do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, intitulada "atos de violência do regime de Maduro", o Governo brasileiro expressa a sua "condenação mais veemente" aos atos de violência do "regime ilegítimo do ditador" Nicolás Maduro registados no sábado nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e com a Colômbia.
A chegada de ajuda humanitária à Venezuela ficou no sábado marcada por atos violentos, com camiões incendiados na fronteira com a Colômbia e outros a regressar ao Brasil, registando-se pelo menos quatro mortos em confrontos, e deserções das forças venezuelanas, tendo dois camiões de ajuda humanitária regressado ao território brasileiro após algumas horas no lado venezuelano.
"O uso da força contra o povo venezuelano, que anseia por receber a ajuda humanitária internacional, caracteriza, de forma definitiva, o caráter criminoso do regime Maduro", lê-se na nota publicada, adiantando ter havido "um brutal atentado" aos direitos humanos.
O executivo brasileiro, na mesma nota, diz que "nenhum princípio do direito internacional remotamente justifica" tais atos de violência, e defende que "nenhuma nação" pode calar-se perante tais atos.
"O Brasil apela à comunidade internacional, sobretudo aos países que ainda não reconheceram o Presidente encarregado Juan Guaidó, a somarem-se ao esforço de libertação da Venezuela, reconhecendo o governo", conclui.
Esta foi a primeira reação oficial do governo de Jair Bolsonaro aos incidentes de sábado nas fronteiras da Venezuela com o Brasil e Colômbia, no âmbito da operação coordenada por vários países para introduzir alimentos e remédios no país.
Na ultima madrugada Juan Guaidó pediu à comunidade internacional para que mantenha em aberto todas as opções para para garantir a liberdade na Venezuela - o que inclui a possibilidade de uma ação militar contra Nicolás Maduro.
Os incidentes de sábado causaram quatro mortos na fronteira da Venezuela com o Brasil e quase 300 feridos na fronteira com a Colômbia.
O Governo colombiano anunciou entretanto que mais de 60 militares desertaram das forças militares de apoio a Maduro. A Colômbia decidiu também encerrar as fronteiras este domingo e segunda-feira, alegando que é preciso fazer um levantamento dos prejuízos.