A escassez de alimentos que afeta o país obrigou os jardins zoológicos venezuelanos a reduzir as rações dos animais.
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Cinquenta animais morreram por falta de alimentos, num dos maiores jardins zoológicos de Venezuela, durante os últimos seis meses. Há mais animais em risco em parques por todo país.
A crise que atingiu a Venezuela e se vem agravando cada vez mais desde 2014, originou uma onda de escassez de alimentos e os jardins zoológicos não estão a conseguir alimentar as centenas de animais que vivem nestes parques.
O jardim zoológico Caricuao, na capital Caracas, viu meia centena de animais, entre os quais porcos vietnamitas, antas, coelhos e pássaros, morrerem nos últimos meses. Alguns dos animais chegaram a estar duas semanas sem comer, disse Marlene Sifontes, representante do sindicato dos trabalhadores do Instituto Nacional de Parques da Venezuela.
As autoridades dizem que já abriram uma investigação às mortes dos animais no jardim zoológico Caricuao.
Num outro jardim zoológico, em Paraguana, morreram mais três animais. As rações de todos os animais foram drasticamente reduzidas. Neste momento, os leões estão a ser alimentados de mangas e ursos que deveriam comer 16 kg de alimento por dia estão a consumir somente 8 kg.
O parque está agora a planear transferir os animais para outros zoos com melhor capacidade para receber os animais. Grande parte dos jardins zoológicos venezuelanos estão a recorrer à procura de doações, por parte de agricultores e comerciantes locais, de fruta, vegetais e carne para impedir que mais animais morram.
"A história dos animais de Caricuao é uma metáfora para o sofrimento venezuelano", disse Marlene Sifontes.
A escassez de alimentos afetado vida dos venezuelanos. Saltar refeições e esperar em filas intermináveis para conseguir comprar comida são realidades diárias na Venezuela, onde os casos de pilhagem de comida têm aumentado recentemente, segundo a agência Reuters.
A Venezuela, cuja economia depende fortemente do petróleo, tem-se ressentido com a quebra dos preços nos setor, entre outros fatores. O presidente Nicolas Maduro aponta responsabilidades pela crise no país à oposição e aos EUA, que acusa de levarem a cabo uma "guerra económica".