
REUTERS/Marco Bello
Veículos são conhecidos como "cachorreiras".
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Pelo menos 25 pessoas ficaram hoje feridas quando um camião, improvisado como transporte público de passageiros, capotou, no estado venezuelano de Carabobo, a 150 quilómetros a oeste de Caracas. O acidente ocorreu em Las Taimiras, Güigüe.
Funcionários da Proteção Civil e dos bombeiros do Estado de Carabobo acorreram ao local para prestar socorro às vítimas que esperavam deitados sobre pedaços de madeira.
Na Venezuela, a crise económica tem afetado cada vez mais o setor dos transportes, tanto privado como público, com motoristas a queixarem-se de que têm de parar as suas viaturas por falta de peças de reposição e devido ao custo elevado dos pneus.
Esta situação tem ocasionado uma redução do número de autocarros que fazem serviço público e a falta de transporte obriga, muitas vezes, os venezuelanos, mesmo na capital, a caminharem diariamente dezenas de quilómetros para se deslocarem para o local de trabalho.
Por outro lado, nas universidades são também cada vez mais frequentes as demoras e até faltas de professores, devido ao menor número de transportes públicos.
Os proprietários de camiões têm tentado minimizar o impacto da situação, improvisando as suas viaturas como transporte público de passageiros, onde as pessoas vão de pé e amontoadas, o que valeu o nome de "perreras" ('cachorreiras', ou prisão para cachorros).
As "perreras" também são usadas para transportar pessoas entre localidades, por exemplo entre a cidade de Caracas e o vizinho estado de Vargas, onde está situado o principal aeroporto do país.
Algumas "perreras" são viaturas militares que as autoridades deixam que sejam utilizadas para transportar pessoas.