O candidato da oposição nas eleições presidenciais de 14 de abril na Venezuela, Henrique Capriles, rejeitou hoje uma auditoria parcial aos resultados das eleições que deve começar na segunda-feira.
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Henrique Capriles reagia ao anúncio da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) que confirmou, no sábado, que na segunda-feira devia iniciar-se uma auditoria parcial aos resultados das eleições presidenciais ainda que não seja feita sob as condições reclamadas por Capriles.
«Depois de uma longa análise pelo CNE, constatámos que é impossível aprovar as condições pedidas [por Capriles] que não estão previstas no sistema jurídico», declarou à televisão o presidente da CNE, Tibisar Lucena.
«Mais uma vez ontem (sábado), na televisão nacional, eles pensam que nós, os venezuelanos, somos idiotas», escreveu hoje Henrique Capriles na sua conta no Twitter.
Para o líder da oposição, ao decidir pela auditoria a CNE obedeceu «à ordem que lhe foi dada pelo PSUV», o Partido Socialista Unificado da Venezuela, ao qual pertence o novo Presidente venezuelano Nicolas Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, que morreu em março.
Nicolas Maduro foi proclamado pela CNE vencedor das eleições presidenciais com 50.7 por cento dos votos, contra 48,97 por cento para Henrique Capriles.
Capriles, que acusou as eleições de serem marcadas por várias fraudes, exige uma nova contagem da totalidade dos boletins de voto para comparar os resultados com a contagem da CNE.
Mas a responsável da CNE reiterou no sábado que a auditoria incidirá apenas sobre 46 por cento dos votos restantes e não sobre 54 por cento dos votos já verificados pela CNE e que, em caso algum afetará o resultado das eleições.
O processo de verificação começará com a seleção de uma amostra aleatória de 12.000 das 16.000 urnas que contêm 46 por cento dos boletins de voto já contados, e durará até 04 de junho, precisou a presidente da CNE numa sua intervenção transmitida pelo conjunto dos meios de comunicação da Venezuela.
Hoje, Capriles disse que depois de recorrer a todas as instâncias da Venezuela não hesitará em recorrer às instâncias internacionais para que se realizem novas eleições.