Vereador português em Paris não acredita que violência da última semana se repita
Hermano Sanches não acredita que Macron seja obrigado a abandonar o poder.
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Aproxima-se mais um sábado de manifestações em Paris, levadas a cabo pelos "coletes amarelos". O Governo francês já preparou um dispositivo de segurança composto por 89 mil polícias e militares, sendo que só em Paris estarão 8 mil agentes.
As autoridades preparam-se para um cenário idêntico ao do último fim de semana, mas Hermano Sanches, vereador da Câmara de Paris, não acredita que a situação da última semana se repita.
"Houve algumas medidas aceites pelo Governo. Depois, houve um apelo quase que generalizado à calma, às palavras e às negociações. Os próprios sindicatos e federações, que estão ausentes desde o início do movimento, querem mostrar as reivindicações mas de uma forma democraticamente aceitável", evitando distúrbios, explica.
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A contestação e a violência espalhadas por todo o país já colocaram em causa a manutenção do Governo francês. Hermano Sanches "não acredita", no entanto, que Macron tenha que se demitir.
"Mesmo que as coisas corram muito mal, com ferido e mortos, a própria constituição e a forma como os poderes trabalham - com duas câmaras e com um Governo que está dependente também do Presidente da República - não acredito minimamente. Também não acredito que o poder possa cair nas mãos da rua", explica o vereador.
Antevendo o que é "muito provável de acontecer", Hermano Sanches lembra que o Governo pode "saltar". "O primeiro-ministro pode estar demasiado desgastado e considerar que falhou na missão que é a dele. No entanto, uma parte dos manifestantes diz que o problema não está no primeiro-ministro mas sim na política", lembrando que, ou há uma mudança mais profunda, ou embora esteja "fragilizado", Macron pode continuar no poder.
A popularidade de Emmanuel Macron e Edouard Philippe estão em queda vertiginosa. De acordo com a recente sondagem da YouGov, o chefe de Estado viu a popularidade descer para 18%, enquanto o primeiro-ministro está nos 21%.