Os conflitos entre a comunidade budista e muçulmana intensificam-se no Sri Lanka. O arquipélago asiático ordenou 10 dias de estado de emergência nacional.
Corpo do artigo
O governo do Sri Lanka decretou, esta terça-feira, que todo o país vai estar em estado de emergência nos próximos 10 dias. O porta-voz do executivo deste país, Dayasiri Jayasekara, contou à Reuters que a medida pretende "evitar a propagação de tumultos comunitários" entre budistas e muçulmanos.
Desde o ano passado, o Sri Lanka tem sido palco de confrontos cada vez mais violentos entre estas duas comunidades religiosas. Vários grupos budistas radicais acusam os muçulmanos - a comunidade minoritária no Sri Lanka - de forçarem os cidadãos deste país ao islamismo, bem como de vandalizar locais arqueológicos budistas.
Segundo a Al Jazeera, um radical budista assassinou um homem muçulmano, esta segunda-feira, em Kandy, uma das cidades coração do budismo. Neste local, a 115 quilómetros a leste da capital Colombo, encontra-se o Templo do Dente de Buda, principal centro religioso dos budistas. Nesta região, o governo enviou tropas e operacionais de elite para que seja imposto um recolher obrigatório a todos os habitantes.
O presidente do Sri Lanka, Maithripala Siresena, prometeu investigar os crimes anti-muçulmanos quando assumiu o cargo em 2015. Todavia, ainda não há informação de progressos significativos.
O Sri Lanka tem cerca de 21 milhões de habitantes. Cerca de 70% da população é budista e os muçulmanos representam perto de 10% da demografia deste arquipélago.