O manifesto aconteceu depois de várias centenas de migrantes terem sido expulsos de um campo sem assistência nem alojamento.
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A violência da intervenção policial foi filmada e testemunhou de migrantes arrastados dentro de tendas e de gás lacrimogéneo atirado para cima dos que estavam presentes, em forma de manifesto.
A polícia francesa desmantelou, na noite desta segunda-feira, um acampamento de migrantes instalado por uma associação em forma de manifesto, na Praça da República, em Paris.
O manifesto aconteceu uma semana depois de várias centenas de migrantes terem sido expulsos de um campo no norte da capital francesas sem assistência nem alojamento.
Corinne, da associação Médicos sem Fronteiras, não esconde o desespero ao assistir a esta intervenção, "são pessoas que estão a andar sem rumo desde a semana passada, porque desmantelam acampamentos sem mediar o que acontece depois".
Segundo a médica, "a polícia tem um único objectivo: arrancar as tendas do chão e fazê-los andar sem rumo, mais uma vez".
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Reza Jafari, presidente da associação Crianças do Afeganistão, condena a violência da intervenção visto que "a partir do momento em que nos instalamos, a polícia manda-nos gás lacrimogênio, bate-nos: deram-me pontapés, agem de maneira extremamente agressiva".
Audrey Boulevard, que trabalha na Câmara Municipal de Paris, assistiu ao desmantelamento e considera que "a decisão não é tomada pelo polícia que está no terreno, a decisão vem de cima" pelo que "o Estado deve tomar as suas responsabilidades, é o que lhe pede a Presidente da Câmara de Paris, que exige a abertura de dois centros de alojamento provisório".
A abertura de espaços de alojamento provisório não foi autorizada pela polícia municipal de Paris.
O ministro do interior Gérald Darmanin abriu uma investigação e garantiu tomar decisões nas próximas 48 horas, numa altura em que polémica lei da Segurança Global, que pretende proteger as autoridades policiais durante manifestações, volta ao Parlamento para ser debatida.
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