A primeira-ministra da Islândia entende que a vitória do "não" no referendo de sábado pode levar a um caos económico e político. Os defensores do "não" respondem que a governante está enganada.
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Os islandeses votaram no sábado em referendo que o Estado não deve pagar a dívida de cerca de quatro mil milhões de euros à Holanda e ao Reino Unido.
Para a primeira ministra islandesa, Johanna Sigurdardottir, a vitória do "não" ameaça lançar o caos económico e político na Islândia.
A governante está enganada, respondem os adeptos do "não", para quem os culpados do caos são uma centena de magnatas da banca e da bolsa, que endividaram o país em nome da nação, puseram as fortunas a salvo e querem agora que o povo pague a factura.
A rejeição pelo eleitorado do acordo Icesave para o reembolso de quase quatro mil milhões de euros em depósitos bancários à Holanda e Grã-Bretanha deve agora acabar no tribunal da EFTA (Associação Europeia de Livre Comércio).
Mas os peritos dizem ser poucas as chances de a Islândia perder a contenda. Não há mecanismos jurídicos fortes para obrigar um país a reembolsar depósitos bancários a outro, em especial quando os montantes são de tal forma avultados que o resultado é a ruína económica.
Nas ruas de Reykjavík viveu-se uma noite de festa depois da vitória do "não".
A Islândia corre agora o risco de perder acesso ao crédito internacional, mas com o país arruinado e 40 por cento das famílias em falência pessoal, os islandeses não têm nada mais a perder.
O ministro das Finanças islandês, Steingrimur Sigfusson, disse entretanto que o tempo das negociações acabou, pelo que de uma forma ou de outra serão os tribunais a decidir esta matéria.
Os ingleses admitiram, este domingo, a possibilidade de recurso à justiça.