A frase é subscrita por António Vitorino e Jacques Delors, num artigo publicado esta terça-feira no jornal Público. Nele, o antigo comissário europeu e o ex-presidente da Comissão Europeia apelam à união da Europa em torno de um acordo que não pode ser posto em causa após os recentes atentados em Paris.
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É uma tentação perigosa regressar às fronteiras nacionais. Uma tentação que só prejudica e não reforça a segurança. No artigo publicado no jornal Público, António Vitorino e Jacques Delors defendem a a permanência do Acordo de Schengen em toda a sua plenitude. Lembram que o documento é um instrumento fundamental na luta contra o terrorismo. Fronteiras abertas não é sinal de perigo.
Vitorino e Delors explicam: a maioria dos artigos do acordo de Schengen tem como objetivo a cooperação policial e judicial entre autoridades nacionais. Uma cooperação que deve ser ampliada. No artigo que assinam no jornal Público, o antigo comissário europeu e o ex-presidente da Comissão Europeia defendem, para isso, mais meios financeiros, humanos e jurídicos.
Schengen, dizem, é a condição da nossa segurança para derrotar o terrorismo. A união faz a força, a desunião desarma a Europa. Este é o mote para o primeiro de três apelos que fazem diretamente aos líderes europeus. Pedem união em tempos de uma crise sem precedentes e apoio aos refugiados, que são vítimas e não uma ameaça.
Num segundo apelo, os dois subscritores do artigo falam na necessidade de uma política externa mais pró-ativa, que contribua para uma situação mais estável nos países vizinhos, como a Turquia. Por último, Vitorino e Delors pedem mais controlo nas fronteiras, mas com as ferramentas já existentes, como a Europol.
Os dois avisam que um país que age sozinho é impotente. É a partir daqui que entram os argumentos em defesas do título do artigo - "Viva Schengen". O texto é subscrito pelos membros do Comité Europeu de Orientação 2015 do Instituto Jacques Delors.