O primeiro-ministro espanhol considerou que apesar da «contenção a que a história obriga», Espanha pode viver hoje «a satisfação pela vitória da democracia, da lei e da razão».
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No Palácio da Moncloa, em Madrid, para onde convocou os jornalistas, de urgência, depois de ser conhecido o conteúdo do comunicado da ETA, em que a organização anuncia o fim definitivo da sua acção armada, José Luis Rodríguez Zapatero afirmou que «com a contenção a que nos obriga a história, vivemos hoje a satisfação pela vitória da democracia, da lei e da razão».
«Uma satisfação com a memória inesquecível da dor causada por uma violência que nunca deveria ter ocorrido e que não voltará nunca», frisou.
Numa declaração sem direito a perguntas, Zapatero disse estar «consciente da importância transcendente do anúncio que a ETA tornou público», querendo reafirmar a sua «confiança, e de todos os espanhóis, na democracia, na liberdade e em Espanha».
«Durante muitos anos, durante demasiados anos, sofremos e combatemos o terror. Fizemo-lo até conseguirmos que a razão democrática abrisse caminho de forma definitiva», afirmou.
Um processo possível, destacou, «graças à determinação de acabar com a violência demonstrada por todos e cada um dos governos», sendo de «justiça» recordar o trabalho dos vários ministros do Interior e, especialmente, dos que o acompanharam no Governo.
Zapatero agradeceu também a «ação eficaz dos membros e corpos das força de segurança de estado, da Polícia e da Guarda Civil» bem como da «entrega dos cidadãos, a quem isso muitas vezes custou a própria vida».
O chefe do Governo enalteceu ainda a colaboração com França, com quem disse Espanha tem «uma perpétua dívida de gratidão e solidariedade».