Volkswagen prevê fechar três fábricas na Alemanha. Trabalhadores da Autoeuropa não esperam problemas em Portugal
O Conselho de Administração da Volkswagen planeia também uma redução de 10% de todos os salários e o congelamento dos salários em 2025 e 2026
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O fabricante alemão de automóveis Volkswagen (VW) planeia encerrar pelo menos três fábricas e reduzir dezenas de milhares de postos de trabalho na Alemanha, disse esta segunda-feira a líder da estrutura que representa os trabalhadores da empresa, Daniela Cavallo. A Comissão de Trabalhadores Volkswagen Autoeuropa adianta, à TSF, que não estão previstas alterações ao funcionamento das fábricas, em Portugal, e, rejeitando fazer mais declarações sobre o caso, expressa apenas "solidariedade" com os colegas alemães.
"O Conselho de Administração planeia encerrar pelo menos três fábricas da VW", disse Daniela Cavallo numa reunião com os funcionários.
As outras fábricas terão de ser redimensionadas, de acordo com os planos de gestão que foram comunicados à comissão de trabalhadores.
O plano prevê igualmente uma redução de 10% de todos os salários e o congelamento dos salários em 2025 e 2026, indicou num comunicado de imprensa, referindo-se também à transferência para o estrangeiro de muitas das atividades e departamentos do grupo atualmente sediados na Alemanha.
Há planos para despedimentos, que a representante dos trabalhadores advertiu poderem significar o desaparecimento de dezenas de milhares de postos de trabalho.
"Todas as fábricas na Alemanha estão em perigo. Ninguém entre nós se pode sentir seguro", alertou.
A Volkswagen tem 120 mil trabalhadores na Alemanha, cerca de metade dos quais na sede em Wolfsburg, e dez fábricas.
Em setembro passado, a VW pôs fim a um acordo de três décadas que garantia que não haveria despedimentos por motivos profissionais.
Isto significa que, a partir de meados de 2025, os despedimentos por motivos relacionados com a situação da empresa voltarão a ser possíveis.
Na próxima quarta-feira, terá lugar uma segunda ronda de negociações entre a direção e os representantes dos trabalhadores.
O sindicato exigiu um aumento salarial de 7%, enquanto a direção considera a possibilidade de efetuar cortes salariais de até 10%.
