
EPA
A presidente da Comissão entende ser necessário "procurar formas de os apoiar", exemplificando com "o impacto no setor da aviação".
Corpo do artigo
Presidente da Comissão Europeia pede medidas na cimeira por teleconferência, a partir das capitais, para coordenar o ataque ao coronavírus.
TSF\audio\2020\03\noticias\10\joao_francisco_guerreiro_ursula_von_der_leyen_16h
Os 27 reúnem-se esta tarde por videoconferência, para coordenar o plano de combate aos efeitos da Covid-19 a nível europeu. Na agenda dos trabalhos a presidente da Comissão Europeia leva o caso do setor da aviação, que Ursula von der Leyen diz ser dos mais afetados e a precisar de medidas imediatas.
No início dos trabalhos, Von der Leyen vai afirmar que a Europa tem de se mobilizar, como um todo, para travar a propagação do vírus, tendo a Comissão traçado um plano, que passa por pedir aos Estados que "coordenem medidas de resposta, acelerem a investigação, para o tratamento, para o diagnóstico, em vacinas, por exemplo".
Mas, a discussão centra-se principalmente no impacto sobre a economia, pois "muitos setores já estão a sofrer". É por isso que a presidente da Comissão entende ser necessário "procurar formas de os apoiar", exemplificando com "o impacto no setor da aviação".
"O coronavírus teve um impacto enorme na indústria da aviação. Vemos que a situação está a deteriorar-se numa base diária. E, é esperado que o tráfego caia ainda mais", salientou numa declaração de antevisão da Cimeira, na qual espera que sejam discutidas medidas para minimizar o impacto neste setor.
"Queremos tornar mais fácil para as companhias aéreas, para manterem os lugares de estacionamento nos aeroportos, mesmos que eles não estejam a realizar voos, nesses solos, por causa da quebra do tráfego", disse a chefe do executivo comunitário, horas depois de um debate, no Parlamento Europeu, em que a comissária da Saúde lançou vários alertas para "o momento grave" a exigir "medidas agressivas".
"Deixem-me ser absolutamente clara: não se pode continuar como se nada fosse. Estamos perante uma situação excecional", avisou a comissária, considerando que "sob estas circunstâncias, todos têm de estar preparados para as próprias responsabilidades".
A comissária alerta para a necessidade de medidas agressivas para travar a Covid-19, devendo "os Estados-membros focar-se nos esforços, para agressivamente conterem o vírus, particularmente onde há poucos casos".
"Abrandar [a progressão] do vírus tem de ser a nossa maior prioridade, para ganharmos tempo, para que os nossos sistemas de saúde funcionem eficientemente e para que a investigação [científica] possa avançar", avisa agora num tom sério, completamente oposto ao que foi sendo veiculado um pouco por toda a Europa, numa altura em que a chegada do vírus era previsível.
Stella Kyriakides saúda, porém, as medidas de contenção que agora já estão a ser tomadas, em alguns Estados europeus, embora, reconheça que há um impacto na vida dos cidadãos, que é "uma necessidade".
"Não é uma situação fácil para se viver. E, as decisões tomadas pelos governos não são adotadas de ânimo leve. Mas por necessidade e quando se justifica, apesar de difíceis, essas decisões têm de ser seguidas à letra".
Numa sugestão, que mais parece uma critica aos Estados-Membros, Kyriakides considera que "precisamos ver a solidariedade em ação".
"Precisamos de partilhar recursos, partilhar informação e conhecimento. Partilhar equipamento. Precisamos de partilhar protocolos de equipamento e protocolos de teste", alerta a comissária, a falar na capital da Bélgica, onde todos os dias as autoridades sanitárias anunciam dezenas de novos casos, no país que alberga as instituições da União Europeia, da Nato e de representações diplomáticas de todo mundo.