Um deputado norueguês anunciou, esta quarta-feira, ter proposto o Wikileaks para o Nobel da Paz 2011, considerando que o site é uma garantia de transparência no mundo, incluindo nas sociedades democráticas.
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O dissidente chinês Liu Xiaobo «recebeu o Nobel da Paz no ano passado pelo combate em defesa dos direitos humanos, da democracia e da liberdade de expressão na China», escreveu no seu blogue Snorre Valen, deputado do Partido Socialista da Esquerda, um dos partidos actualmente no poder na Noruega.
«Da mesma forma, o Wikileaks contribuiu para a promoção destes mesmos valores a nível mundial ao mostrar, por entre muitas coisas, a corrupção, os crimes de guerra e a tortura, por vezes mesmo em países aliados da Noruega», acrescentou, referindo-se implicitamente os Estados Unidos.
Depois de ter divulgado documentos confidenciais sobre as guerras do Iraque e do Afeganistão, o Wikileaks começou a publicar recentemente mais de 250 mil telegramas diplomáticos norte-americanos, uma iniciativa que valeu ao fundador do site, o australiano Julian Assange, inimigos importantes nos Estados Unidos.
O período para o envio das «nomeações» para o Nobel termina esta quarta-feira. Milhares de pessoas em todo o mundo - deputados e ministros, anteriores laureados, membros de organizações internacionais, alguns professores universitários - podem apresentar uma candidatura.
Entre os «feitos» do Wikileaks, Valen distinguiu o seu papel na revolta popular na Tunísia. «Ao tornar públicos os assuntos financeiros da família presidencial na Tunísia, o Wikileaks deu uma pequena contribuição para a queda de uma ditadura com 24 anos», considerou.