O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, manteve hoje as dúvidas sobre o futuro do seu governo, explicando que discutiu a situação com o Presidente da República, Taur Matan Ruak, mas sem anunciar qualquer decisão.
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Xanana Gusmão explicou as jornalistas, numa curta declaração em tétum, sem direito a perguntas, que o Presidente da República timorense vai «analisar a situação» e «ouvir os partidos políticos».
Em nenhum momento o primeiro-ministro timorense disse se apresentou ou não a sua demissão a Taur Matan Ruak.
«A tempo todos saberão a verdade. O Presidente vai chamar todos os partidos para consultas. Eu discuti opções com o presidente», afirmou Xanana Gusmão.
«Mas é uma questão processual. O presidente vai fazer o seu trabalho. Ouvir os partidos, chamar-me a mim para falar com ele. E depois eu chamo-vos para falar com vocês», declarou.
Xanana Gusmão disse que falou com o presidente «sobre essas coisas todas que têm sido publicadas», sem as identificar, e manteve as dúvidas sobre o calendário da reestruturação do executivo timorense, que o porta-voz do Governo anunciou que seria concretizada no início desta semana.
Taur Matan Ruak e Xanana Gusmão estiveram reunidos cerca de uma hora no Palácio da Presidência em Díli.
Xanana Gusmão, que chegou sozinho ao Palácio da Presidência, e que transportava nas mãos uma pequena capa com documentos, entrou para o encontro com Taur Matan Ruak poucos minutos antes das 15 horas (6 horas em Lisboa).
Na semana passada, o porta-voz do Governo timorense, Agio Pereira, confirmou que «está em curso» o processo de reestruturação do executivo delineado no ano passado pelo primeiro-ministro.
«O anúncio oficial sobre a composição do Governo, mandatado até 2017 para conduzir Timor-Leste, deverá ocorrer no início da próxima semana» (a atual), referiu em comunicado.
«O objetivo da reestruturação é tornar o Governo mais eficiente e eficaz, focando-o na prestação de serviços para o povo de Timor-Leste», sublinha, remetendo mais declarações para «um momento apropriado».
Fontes do Governo e da Fretilin confirmaram à Lusa que Xanana Gusmão teria convidado militantes do partido e membros do Comité Central para integrar o novo elenco governativo, marcado pela saída de cerca de 25 elementos.