O presidente do Governo espanhol em gestão, José Luis Rodríguez Zapatero, reconheceu hoje que os socialistas saíram «feridos» da derrota eleitoral de domingo passado, atribuindo o resultado à crise e a erros de gestão e comunicação do Executivo.
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Zapatero intervinha na abertura do Comité Federal do PSOE que hoje, na sede do partido em Madrid, analisará as causas da histórica derrota dos socialistas e que dará os primeiros passos para o congresso ordinário do partido, em fevereiro.
Formalmente o Comité Federal deverá aprovar hoje a convocatória desse congresso, do qual sairá a nova direção do PSOE, num processo de votação que os «barões» socialistas querem que seja o mais aberto e amplo possível.
No seu discurso - feito na única parte do Comité aberto à imprensa - Zapatero agradeceu o esforço, empenho e energia do candidato do partido nas legislativas, Alfredo Pérez Rubalcaba.
Especialmente «em circunstâncias pouco propicias» e num cenário que «dificilmente se poderia considerar mais adverso».
Apesar de admitir que não deve servir de desculpa para os resultados, Zapatero considerou que a derrota se deve principalmente à dura crise económica e financeira, com as consequentes perdas de postos de trabalho.
Mas também admitiu erros de gestão e de comunicação das medidas adotadas que eram, insistiu, «inevitáveis».
Intervindo depois, Rubalcaba assumiu a responsabilidade pessoal pela derrota, mas não clarificou se pretende ou não candidatar-se à sucessão de Zapatero como secretário-geral do PSOE.
Na sua intervenção, Zapatero defendeu um «debate robusto» no congresso de Fevereiro que, afirmou, deveria pautar-se «pela livre eleição democrática» da nova liderança socialista, como passo indispensável para voltar a recuperar a confiança dos cidadãos.
O PSOE, disse, enfrenta uma «árdua tarefa» que passa por recuperar a confiança dos cidadãos, primeiro e, depois trabalhar para responder aos desafios económicos e sociais do país.
«Chegou o momento dos militantes abrirem a nova etapa», disse, considerando que é «vocação natural» do PSOE mobilizar «amplas correntes sociais» como «alternativa de Governo».
Mais de 50 intervenções estão solicitadas para intervir no Comité Federal que decorre, depois dos discurso iniciais, à porta fechada.
Apesar de se antecipar que possam surgir várias candidaturas a líder do partido, os nomes de Alfredo Pérez Rubalcaba e da ministra da Defesa em gestão, Carme Chacon estão entre os mais falados para a sucessão a Zapatero.
O processo de substituição do líder do PSOE culminará a 03, 04 e 05 de Fevereiro de 2012 em Sevilha, com o congresso federal ordinário que implica apenas votação para a direção do partido e não a definição de uma proposta política.