Zelensky diz estar "disposto" a deixar presidência ucraniana em troca da adesão de Kiev à NATO
O Presidente ucraniano pede ainda a Donald Trump que dê garantias de segurança concretas para ajudar Kiev a defender-se da invasão russa
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O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou, este domingo, que está disposto a deixar a presidência do país em troca da adesão de Kiev à NATO.
"Se realmente precisarem que eu deixe o meu cargo, estou disposto", garantiu Zelensky, numa conferência de imprensa em Kiev. "Posso trocar [a presidência] por [uma adesão à] NATO", sublinhou o Presidente ucraniano, que foi chamado "ditador" por Trump na semana passada.
Zelensky pediu ainda a Donald Trump que dê garantias de segurança concretas para ajudar Kiev a defender-se da invasão russa. "Gostaria muito de uma compreensão mútua da parte de Trump", referiu Zelensky, acrescentando: "Garantias de segurança da parte de Trump são muito necessárias."
Trump tinha prometido acabar rapidamente com a guerra na Ucrânia, desencadeada pela invasão russa há três anos, mas desde uma conversa telefónica com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, a 12 de fevereiro, retomou a retórica do Kremlin sobre a responsabilidade das autoridades ucranianas no conflito e descreveu o Presidente ucraniano como um "ditador sem eleições".
Na sexta-feira, o Presidente republicano afirmou que a presença do Presidente ucraniano nas conversações para pôr fim à guerra não era "muito importante".
A aproximação entre Washington e Moscovo levou a maioria das capitais europeias a temer que a Rússia se torne ainda mais poderosa no continente.
Na segunda-feira, a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.
