"Não atacamos Putin." Zelensky nega autoria de ataque com drones contra o Kremlin
"Não atacamos Putin, deixamos isso para um tribunal", disse o Presidente ucraniano.
Corpo do artigo
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou esta quarta-feira que suas forças tenham tentado assassinar o presidente russo, Vladimir Putin, num ataque com drones contra o Kremlin, que as autoridades de Moscovo atribuíram a Kiev.
"Não estamos a atacar Putin ou Moscovo, estamos apenas a lutar no nosso território, a defender as nossas vilas e cidades", disse Zelensky em Helsínquia, em conferência de imprensa coletiva conjunta com os líderes da Finlândia, Dinamarca, Suécia, Noruega e Islândia.
"Não atacamos Putin, deixamos isso para um tribunal", disse o chefe de Estado ucraniano, referindo-se aos esforços ucranianos para que a comunidade internacional encontre mecanismos para processar o Presidente russo pela agressão militar contra a Ucrânia.
A visita a Haia ocorre um dia depois de o chefe de Estado da Ucrânia ter negado envolvimento das forças de Kiev no alegado ataque contra o Kremlin, em Moscovo, com aparelhos aéreos não tripulados (drones).
Para Moscovo tratou-se de uma tentativa de assassinato de Vladimir Putin.
Na quarta-feira, na Finlândia, Zelensky respondeu às acusações russas afirmando que a Ucrânia não "quer atacar Putin".
"Queremos deixar isso para o tribunal", afirmou o presidente da Ucrânia.
No dia 18 de março, um comunicado do TPI indicava que Vladimir Putin "é alegadamente responsável pela deportação (de crianças) e da transferência ilegal (de crianças) das áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação da Rússia".
A possibilidade de fazer sentar Putin no banco dos réus é muito remota visto que a instância judicial das Nações Unidas, com sede na Holanda, não dispõem de uma força policial para executar mandados de detenção na Rússia, assim como é improvável que o chefe de Estado russo venha a deslocar-se a um dos 123 países que ratificaram o TPI.
Por outro lado, o Procurador Karim Khan, tem realizado várias deslocações à Ucrânia com vista à instalação de uma delegação do TPI em Kiev para que as investigações sejam mais efetivas.
O TPI não tem jurisdição para julgar Vladimir Putin pelos crimes de invasão de um país soberano.
Por isso, o governo holandês ofereceu-se para acolher um tribunal que possa vir a ser criado para julgar o "crime de agressão" e está a ser criado um gabinete para a recolha de provas.
O novo Centro Internacional de Acusação Contra Crimes de Agressão deve estar operacional até ao verão, segundo anunciou em fevereiro a agência de cooperação judiciária da União Europeia, Eurojust.