A polícia de intervenção do Zimbabué tentou impedir a conferência de imprensa de Nelson Chamisa, que ia comentar os resultados das eleições, nas quais o Presidente Mnangagwa, foi declarado vencedor.
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A agência Associated Press (AP) relata que um camião cheio de polícias, com escudos e cassetetes, dispersou cerca de cem jornalistas locais e internacionais, que estavam reunidos para ouvir Chamisa, mas sem explicar o motivo dessa ação. De acordo com a agência noticiosa, a polícia emitiu um mandado de prisão para o líder da oposição, Nelson Chamisa.
O Presidente do Zimbabué já afirmou que situações como esta "não têm lugar" no seu país. Emmerson Mnangagwa disse, na sua conta na rede social no Twitter, que as autoridades estão a "investigar urgentemente" os acontecimentos, enquanto os jornalistas aguardavam o líder da oposição, Nelson Chamisa, que rejeitou os resultados da eleição de segunda-feira.
O Presidente referiu ainda que venceu a "eleição de forma livre e justa" e que não tem "nada a esconder ou temer".
Chamisa afirmou, esta manhã, que a vitória de Emmerson Mnangagwa foi "falsa" e fraudulenta.
O Presidente cessante do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa, antigo braço direito do seu antecessor, Robert Mugabe, derrubado em novembro, foi proclamado vencedor, à primeira volta, da eleição presidencial, com 50,8% dos sufrágios, anunciou na noite passada a comissão eleitoral.
Mnangagwa superou o líder da oposição, Nelson Chamisa, que obteve 44,3% dos votos, detalhou a presidente da comissão, Priscilla Chigumba, durante uma conferência de imprensa em Harare, organizada em ambiente de tensão, com os militares a partilharem as ruas da capital.
Com 50,8% dos votos, "Emmerson Mnangagwa Dambudzo, do partido Zanu-PF, é por consequência declarado Presidente eleito da República do Zimbabué, a partir de 3 de agosto", acrescentou.
Mnangagwa dirige o Zimbabwe desde o derrube em novembro do Presidente Robert Mugabe, obrigado pelos militares e pelo seu partido, Zanu-PF, a demitir-se ao fim de 37 anos no poder.
Desde a sua independência em 1980, o país só conheceu dois chefes de Estado, ambos do Zanu-PF: Mugabe e Mnangagwa, o seu antigo vice-presidente, de 73 anos, que obteve hoje a legitimidade eleitoral.