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Os EUA declararam, no domingo, estar "profundamente preocupados" com a situação em Israel, depois de o ministro da Defesa ter sido demitido após pedir a interrupção da polémica reforma judicial no país.
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"Estamos profundamente preocupados com os acontecimentos de hoje [domingo] em Israel, que mais uma vez sublinham a necessidade urgente de um compromisso", disse, em comunicado, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Adrienne Watson.
"Os valores democráticos sempre foram, e devem continuar a ser, uma marca da relação EUA-Israel", salientou.
A decisão do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de demitir o ministro da Defesa, Yoav Gallant, aconteceu menos de 24 horas depois de este ter pedido publicamente a interrupção da polémica reforma judicial no país.
"Digo em voz alta e publicamente, que para o bem do Estado de Israel e dos nossos filhos, devemos interromper este processo legislativo", disse Gallant, no sábado, durante uma intervenção na televisão.
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A reforma judicial, promovida por Netanyahu e parceiros de coligação de extrema-direita e ultraortodoxos, procura dar mais poder ao Executivo em detrimento do poder judiciário, cuja independência seria prejudicada.
O Governo pretende aprovar a lei nesta semana, o que tem motivado a intensificação de protestos contra a reforma.
Após a demissão do responsável pela Defesa, dezenas de milhares de israelitas saíram à rua em diferentes zonas do país, como Telavive, Jerusalém, Haifa ou Beer Sheva, de acordo com os órgãos de comunicação social locais.
Em Telavive, milhares de pessoas bloquearam o tráfego na principal artéria da cidade, empunhando bandeiras israelitas e gritando "democracia, democracia".
Em Jerusalém, várias centenas de manifestantes romperam um dos cordões de segurança, perto da residência do primeiro-ministro, e entraram em confronto com a polícia.
Na sequência da demissão de Gallant, os sindicatos israelitas poderão anunciar a realização de uma greve geral, indicaram os 'media' locais.