Ursula von der Leyen instou, por isso, as empresas farmacêuticas a "adaptarem-se ao ritmo acelerado da ciência".
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Ursula von der Leyen considera que "a ciência ultrapassou a indústria", e reconhece falhas na distribuição de vacinas aos Estados-Membros.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen considera que há lições a tirar sobre a produção industrial de vacinas, numa altura em que os atrasos nas entregas atempadas aos Estados-Membros, já estão a ter impacto no planeamento das estratégias de vacinação, como acontece em Portugal.
"Estivemos todos bastante concentrados no desenvolvimento da vacina, Mas, globalmente, subestimámos as dificuldades ligadas à produção de massas", admitiu a presidente da Comissão, considerando que o ritmo da ciência apanhou a indústria de surpresa.
"É necessário, normalmente, cinco a dez anos para produzir uma nova vacina. Fizemo-lo em dez meses. É uma grande conquista científica. Deveríamos estar orgulhosos. Mas, de alguma forma, a ciência ultrapassou a indústria", afirmou, apelando a uma adaptação da produção industrial, para que os planos de vacinação possam ser bem-sucedidos.
"A indústria tem de acompanhar um ritmo inovador da ciência", apelou, lembrando que "a Europa investiu milhares de milhões de euros na capacidade de produção, e instamos os Estados-Membros a planearem a vacinação", por isso, "precisamos de alguma previsibilidade".
Já sobre as avaliações da agência europeia do medicamento sobre novas vacinas, Von der Leyen defende que não se esperem "atalhos em matéria de eficácia e segurança", ainda que a disponibilidade das vacinas seja atrasada mais algumas semanas.
"Assumimos plenamente essa opção. Não há compromissos a fazer, quando se trata de injetar uma substância biologicamente ativa numa pessoa de boa saúde", afirmou, lembrando que "a aprovação da agência europeia do medicamento" é a base do processo. "E, sim, isso quer dizer que a aprovação levará três a quatro semanas suplementares", admitiu.
A falar no Parlamento Europeu, que esta manhã discutiu a abordagem comum da UE sobre as vacinas contra Covid-19, Von der Leyen reconheceu que "esta luta contra o vírus não é como gostaríamos".
"Demorámos mais tempo na autorização e fomos demasiado otimistas na produção de vacinas", afirmou a presidente do executivo comunitário, admitindo que "talvez tenhamos mostrado uma confiança de que o produto iria chegar atempadamente e, portanto, temos de tirar ilações"
A presidente da Comissão Europeia anunciou também a criação de um grupo de trabalho para estudar formas de aumentar a produção industrial de vacinas na União Europeia.
Bruxelas tem insistido que "o desenvolvimento e a produção de vacinas", foi financiado com dinheiro público europeu e a União Europeia "quer ver o retorno".
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen lembrou que "a Europa investiu milhares de milhões para ajudar a desenvolver as primeiras vacinas Covid-19 no mundo, (...) e agora, as empresas devem responder".
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