Maioria dos tanques Leopard portugueses está inoperacional

O Governo ainda está a estudar os termos da colaboração com a Ucrânia, que, para já, apenas contempla a formação de soldados.

A maior parte dos 37 Leopard portugueses, que foram comprados em segunda mão aos Países Baixos, em 2008, estão no "nível vermelho" de operacionalização, de acordo com a escala utilizada pela NATO para perceber quais são os equipamentos disponíveis a serem utilizados.

Fontes do Exército adiantam ao jornal Expresso que há ainda cerca de uma dezena de veículos no "nível amarelo", ou seja, que não estão a 100 por cento, mas podem ser utilizados em contexto de guerra. No "nível verde" e prontos a utilizar está uma minoria. O Correio da Manhã diz que são 12, mas o número não é certo.

Confrontado com estes dados, o Ministério da Defesa diz ao Expresso que, por motivos de segurança, "não se refere publicamente a operacionalidade dos sistemas de armas e equipamentos das Forças Armadas". O gabinete de Helena Carreiras acrescenta que o Governo está ainda a estudar os termos da colaboração com a Ucrânia, que, para já, apenas contempla a formação de soldados.

Ao jornal Expresso, o general Pinto Ramalho, que foi responsável pela aquisição dos 37 Leopard 2, em 2008, afirma ser o contra o envio destes meios para o campo de batalha, porque se está a "amputar uma unidade" que não esta completa.

O antigo chefe do Estado-Maior do Exército considera que, em vez de 37 carros, o Exército deveria ter 54 para formar um grupo de carros completo. Pinto Ramalho adianta que chegou a estar apalavrada a compra de mais tanques aos Países Baixos, mas o negócio acabou por não se concretizar nos anos da troika.

Quanto ao estado dos Leopard 2, o general culpa os cortes orçamentais.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e quase oito milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que esta sexta-feira entrou no seu 338.º dia, 7.068 civis mortos e 11.415 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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