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O vice-presidente da Comissão Europeia e Alto Representante para a Política Externa começa esta quinta-feira uma visita a Moscovo. Josep Borrell já tinha a visita marcada, mas agora pede a libertação de Alexei Navalny e o fim da repressão sobre os manifestantes que exigem a libertação do opositor de Putin.
A TSF entrevistou Nikolai Ribakov, líder de um partido russo que quer voltar ao parlamento russo e, um dia, ocupar o lugar de Putin no Kremlin. À TSF, Nikolai Ribakov afirma que os protestos são muito mais do que apenas sobre Navalny.
"A razão mais importante para as manifestações em Moscovo e noutras cidades russas não é o caso Navalny. Em primeiro lugar, é toda a atmosfera política na Rússia. Não temos eleições livres, não temos liberdade de expressão nem liberdade de imprensa. Temos o senhor Putin no poder há vinte anos e se calhar mais seis anos. E claro, uma quarta razão: as pessoas não tiveram apoio do governo russo no processo Covid no ano passado. Agora, as imagens na televisão e as imagens dos repórteres fotográficos são de uma guerra civil nas ruas de Moscovo", explica Ribakov.
Este dirigente político que sonha ser presidente do país e ver um dia a Rússia na União Europeia, assume que está ideologicamente muito distante de Navalny, mas entende que, como preso político, deve ser libertado.
"Aleksei Navalny é um político com as suas ideias. As nossas são completamente diferentes, e também temos posições absolutamente diferentes das do senhor Putin. Mas agora, Navalny é um prisioneiro político e por isso deve ser libertado", afirma.
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O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, vai tentar encontrar-se com Alexei Navalny, durante a visita a Moscovo, mas antes da chegada já pediu a libertação do opositor do Kremlin. O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, já avisou a União Europeia para não se meter nos assuntos internos de um estado soberano. A TSF perguntou a Nikolai Ribakov se perante a degradação da situação na Rússia, Bruxelas não deveria ter cancelado a visita. O líder partidário é claro.
"Não, porque o diálogo entre a União Europeia e a Rússia é muito importante para o futuro da democracia russa. É realmente muito importante também para os direitos humanos na Rússia, além de muito importante para o relacionamento entre a Europa e a Rússia. A Rússia não é Putin, é o povo".
Pode ouvir a entrevista alargada a Nikolai RIbakov, líder do Yabloko, Partido Democrático Unido Russo, em entrevista no programa Estado do Sítio, de Ricardo Alexandre, no sábado e em tsf.pt.