Negociações Rússia-Ucrânia terminaram. Segunda ronda acordada

Moscovo e Kiev concordaram numa nova ronda negocial após várias horas de reunião realizada na Bielorrússia.

As negociações entre a Rússia e a Ucrânia, realizadas na Bielorrússia, já terminaram. De acordo com agência France-Press, que cita uma fonte ucraniana, ficou acordado "uma nova ronda negocial" entre Moscovo e Kiev.

A mesma fonte indicou ainda que as delegações que estiveram presentes na reunião irão regressar às respetivas capitais para consultas.

As conversações realizaram-se numa das residências de Lukashenko, na região de Gomel, perto da fronteira entre a Bielorrússia e a Ucrânia, e não muito longe da central nuclear de Chernobyl, que se encontra em território ucraniano.

A presidência ucraniana tinha dito que iria exigir um cessar-fogo imediato e a retirada das tropas russas, que invadiram novamente a Ucrânia na quinta-feira, depois de Moscovo já ter anexado a península ucraniana da Crimeia em 2014.

A Rússia não quis revelar que posições iria defender nas negociações, mas o Presidente russo, Vladimir Putin, condicionou hoje qualquer acordo a um conjunto de exigências, numa conversa telefónica com o seu homólogo francês, Emmanuel Macron.

Essas exigências incluem o reconhecimento da soberania russa sobre a Crimeia, a "desmilitarização e a desnazificação" do Estado ucraniano, e um estatuto neutro para a Ucrânia, de acordo com o Kremlin (Presidência).

As negociações ocorreram ao quinto dia de combates, durante o qual eclodiram violentos confrontos na segunda cidade da Ucrânia, Kharkiv (leste), onde as autoridades locais relataram que pelo menos 11 civis foram mortos em bombardeamentos russos.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que tinha admitido não ter muitas esperanças no sucesso das negociações, apelou hoje aos soldados russos para que deponham as armas e regressem à Rússia.

Pouco tempo antes do anúncio do fim das conversações, Zelensky assinou o pedido formal de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), que foi prometida aos ucranianos em 2008, na mesma altura em que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) também aprovou a entrada do país, numa cimeira em Bucareste.

A recusa do então Presidente pró-Moscovo, Viktor Yanukovych, em assinar um acordo de associação com a UE esteve na origem de uma revolta popular que levou ao seu afastamento em 2014.

Em reação, a Rússia anexou a Crimeia e fomentou uma guerra separatista no Donbass, leste da Ucrânia, que provocou mais de 14.000 mortos desde então.

Esta nova invasão da Ucrânia já provocou centenas de mortos no lado ucraniano, enquanto a Rússia admitiu baixas, mas sem revelar números.

Cerca de meio milhão de pessoas fugiram da Ucrânia para os países vizinhos desde quinta-feira.

A invasão foi condenada pela generalidade da comunidade internacional e desencadeou manifestações de protesto em muitos países, incluindo Portugal.

A UE e vários países, como Estados Unidos, Reino Unido e Japão, impuseram sanções duras contra Moscovo, incluindo em áreas como a banca ou a aviação, e que também visam personalidades como o próprio Putin e o seu chefe da diplomacia, Sergei Lavrov.

A FIFA e a UEFA anunciaram hoje a suspensão da seleção e dos clubes russos de todas as competições internacionais, à semelhança do que tem acontecido com outras modalidades.

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