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Um aquecimento estratosférico repentino está a provocar uma separação do vórtex polar, a corrente de ventos que durante o inverno mantém o ar frio extremo confinado ao Polo Norte.
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O fenómeno atmosférico regista-se sempre que a corrente de ventos, que circula na estratosfera de oeste para leste (no sentido contrário aos ponteiros do relógio), enfraquece e "quebra", o que que permite que o ar frio desça para latitudes mais baixas, enquanto o ar quente sobe até às regiões polares.
Quando o vórtex polar se mantém estável, como no inverno passado, as temperaturas mais frias do planeta mantêm-se no Polo Norte. Mas sempre que se verifica uma separação do vórtex polar em dois, o inverno no hemisfério Norte torna-se particularmente rigoroso.
Segundo o Washington Post, é o que está a acontecer. São, por isso, esperadas temperaturas negativas, mais baixas que o habitual, e tempestades de neve na Europa e Estados Unidos nas próximas semanas ou mesmo meses.

Projeção da separação em dois do vórtex polar, representado a roxo
© Reprodução earth.nullschool.net
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Uma vez dividido em dois, o centro do vórtex polar vai afetar a região da Eurasia, enquanto outra corrente de ventos, designada "vórtex irmã", vai afetar outra região, ainda por determinar.
A última vez que se registou uma "quebra" do vórtex polar, no inverno de 2014, os Estados Unidos viveram uma vaga de frio particularmente severa, com vários mortos. Cidades como Nova Iorque e Washington registaram níveis históricos de neve acumulada num só dia e Chicago até ganhou uma alcunha: "Chiberia".
Segundo os especialistas consultados pelo jornal norte-americano, o aquecimento estratosférico repentino ocorre, em média, seis vezes por década.

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