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Sindicatos, hospitais e assistentes de saúde reuniram-se na passada sexta-feira para convocar um "dia de mobilização e de greve nacional" programado para esta quinta-feira, 15 de Outubro.
O sindicato CGT-Santé - acompanhado pelo SUD-Santé, por médicos urgentistas, por enfermeiros do SNPI e pelos colectivos das Urgências e Blocos - exigem uma "contratação consequente e imediata" de profissionais de saúde, "um aumento significativo de salários" assim como "o aumento de número de camas nos hospitais".
Em comunicado de imprensa, os profissionais de saúde dão conta de que "sem pulso firme, uma segunda vaga de Covid-19 põe em risco o colapso do sistema de saúde" francês, pelo que exigem "o reforço do número de camas nos hospitais" tanto quanto um aumento salarial de pelo menos "300 euros mensais".

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Marie-Pierre Martin, enfermeira urgentista do hospital Necker em Paris e pertencente ao Coletivo Inter-emergências, relata as condições de trabalho extremamente complicadas nos serviços hospitalares franceses, tomando em consideração as "demissões em bloco" de profissionais de saúde, a diminuição do número de camas e a gestão de epidemias sazonais, além dos casos de Covid-19.
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A enfermeira afirma que "o inverno é um período muito tenso para os hospitais e a Covid vai piorar a situação". Acrescenta-se a esta realidade o facto de "colegas nos dizerem que não têm vontade de continuar a ver pessoas a morrer nas macas", porque "havia pessoas a passarem 48h em macas nas urgências, por falta de espaço, porque se retiram camas, porque os profissionais de saúde se vão embora, porque há uma explosão da quantidade de trabalho e porque não temos meios de bem receber os nossos pacientes".
A concentração entre governo e representantes do setor assinada em Julho por sindicatos franceses como o FO, CFDT e Unsa, prevê o aumento geral de 183 euros mensais para profissionais de saúde que trabalhem nos hospitais (excluindo os médicos). Os profissionais de saúde consideram que este compromisso de concertação "não é satisfatório e está longe do que exigem os profissionais".
À margem deste aumento salarial estão todos os profissionais "do sector social e psicologia". Desta feita, em comunicado de imprensa, os profissionais de saúde exigem "um aumento salarial que inclua todos os profissionais e assistentes de saúde".
Marie-Pierre Martin considera que é preciso continuar a "lutar para ter um sistema de saúde tal como gostaríamos que ele fosse, que possa cuidar das pessoas de maneira correcta e humana".
Um segundo movimento de greve está prevista para dia 5 de Novembro, "caso as respostas do governo não corresponderem aos pedidos e exigências dos profissionais de saúde".