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A presidente da Comissão Europeia elogiou, esta sexta-feira, as reformas levadas a cabo pelo governo de Kiev, para a adesão da Ucrânia à União Europeia. Mas, a chefe do executivo comunitário lembrou que o processo não tem "calendários rígidos" e depende de objetivos.
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No entanto, Ursula von der Leyen saudou os esforços de Kiev para aproximar a Ucrânia dos padrões europeus, declarando-se "profundamente impressionada".
"Quero elogiar-vos pela precisão, a qualidade e a rapidez com que concretizam [as reformas]", sublinhou, considerando que "isto é fenomenal", perante as condições particulares em que o processo está a avançar.
Ouça as declarações de Ursula von der Leyen.
"Vocês estão em guerra, e enquanto estão em guerra e a defender o próprio país contra o agressor, são capazes de concretizar as reformas uma após a outra e o que for necessário para seguir em frente", afirmou.
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Sobre as comparações com outros processos de adesão, que se arrastam há anos, a presidente da comissão europeia lembrou que a construção comunitária começou com seis estados-membros, e hoje, num clube de 27 estados-membros, cada caso é um caso.
"Existem 21 histórias diferentes de negociações de adesão à União Europeia, e isto mostra que não existe um fato de tamanho único para todos, mas depende muito do país candidato, e de como este avança", sublinhou a presidente da Comissão que participava numa conferência de imprensa conjunta, no final da Cimeira com a Ucrânia, realizada em Kiev.
Já o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, admite que a discussão sobre a adesão da Ucrânia chegue ao nível dos governos europeus ainda este ano. O belga admite mesmo que "até ao final do ano, o Conselho Europeu terá de abordar a questão de qual será a próxima etapa em termos do processo de adesão".
Mas, Ursula von der Leyen lembra que a adesão depende de reformas e as negociações não têm prazo definido. "O processo de adesão é um processo assente no mérito. Por outras palavras, não existem calendários rígidos, mas existem objetivos que tem de se alcançar", defendeu.
A Ucrânia viu reconhecido o estatuto de país candidato à adesão à União Europeia a 23 de junho de 2022. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tinha assinado o pedido formal de adesão a 28 de fevereiro, quatro dias a após a invasão russa da Ucrânia.
Em vésperas da cimeira de Kiev, o primeiro-ministro Ucraniano, Denys Shmygal, ter expressou o desejo de uma adesão rápida à União Europeia. Denys Shmygal considerou que a realização destes encontros é "um sinal forte" para os "inimigos da Ucrânia".