Sanções russas a Portugal "não foram muito drásticas". Marcelo justifica com secretário-geral da ONU ser português

Relativamente ao facto de o anúncio das sanções russas acontecer pouco antes da visita de Costa a Kiev, o Presidente da República considera que "mostra o alinhamento de Portugal".

Marcelo Rebelo de Sousa reconhece que a Rússia "não foi muito drástica" relativamente às sanções que aplicou a Portugal. Para o Presidente da República, a expulsão de cinco funcionários diplomáticos portugueses em Moscovo poderá estar relacionada com o facto de o secretário-geral da ONU ser, precisamente, um português.

"Houve vários países que tomaram, no quadro da UE, a decisão de sancionar a Federação Russa com a saída forçada de diplomatas e outro pessoal. A reposta da Rússia foi paridade. Portugal foi dos últimos países a ser atingido pela resposta russa e aquém da paridade, o que quer diz que a Rússia, embora respondendo às sanções com sanções, acabou por aplicar a um diplomata e depois a outros colaboradores e num número que é cerca de metade do número de atingidos pelas sanções portuguesas. A Rússia não deixou de responder com sanções, mas não sei se não terá tido influência o facto de o secretário-geral da ONU ser um português e da Rússia, embora sabendo que Portugal está de um lado que não é o seu, querer não ser muito drástica no tratamento de Portugal", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas em Timor-Leste.

Questionado sobre a decisão das autoridades russas de expulsar cinco funcionários da embaixada de Portugal em Moscovo acontecer pouco antes da visita do primeiro-ministro, António Costa, a Kiev, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu que isso "mostra o alinhamento de Portugal".

"Todos os órgãos políticos portugueses, desde o primeiro momento, condenaram a invasão russa. A presença do primeiro-ministro, aceitando o convite do primeiro-ministro ucraniano, mostra que Portugal está alinhado com a Ucrânia e é inevitável ser sancionado pela Rússia", explicou.

A Rússia anunciou, na quinta-feira, a expulsão de cinco funcionários diplomáticos portugueses em Moscovo.

"A Embaixadora de Portugal em Moscovo [Madalena Fischer] foi esta manhã chamada ao Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, tendo sido informada da expulsão de 5 funcionários da embaixada, que terão de abandonar a Rússia no prazo de 14 dias", adiantou o Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa nota enviada às redações.

Em abril, Portugal expulsou dez funcionários da missão diplomática russa na embaixada do país em Lisboa, declarando-os como 'personae non gratae'. Na altura, o Governo português justificou a decisão com a alegação de que estavam a exercer atividades "contrárias à segurança nacional" e frisou que nenhum dos funcionários em causa era diplomata de carreira.

Já na quarta-feira, a Rússia tinha anunciado a expulsão de 27 funcionários diplomáticos espanhóis, 24 italianos e 34 franceses, em retaliação por medidas semelhantes adotadas por esses países na sequência da invasão da Ucrânia. O anúncio foi feito um dia depois de a Rússia ter também decidido expulsar dois diplomatas finlandeses.

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