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Vai chegar o dia em que deixarei de me surpreender nos tribunais. Amanhã não será a véspera desse dia. Na primeira fila da plateia, uma mulher de expressão dura mas arestas redondas – difícil de explicar, talvez uma cara esculpida em areia – aguardava com as mãos nos joelhos. Era uma posição formal e ao mesmo tempo leve, típica dos instantes cruciais da vida (quando queremos mostrar calma). Ela esperava muito daquela manhã. Começou então a juíza a falar. Avisou que ia fazer um resumo e, como farei o mesmo, será o resumo de um resumo. Mas acrescento as consequências: […]
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